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Comodidade no tratamento do cancro depende do dinheiro

05 fev, 2014 • Raquel Abecasis

Em entrevista ao Terça à Noite, o coordenador do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas diz ser inevitável o racionamento em saúde. “A sociedade é que tem que decidir quanto é que quer pagar pela saúde”, defende Nuno Miranda.

Comodidade no tratamento do cancro depende do dinheiro
Em entrevista ao Terça à Noite, o coordenador do plano nacional de doenças oncológicas diz ser inevitável o racionamento em saúde. “A sociedade é que tem que decidir quanto é que quer pagar pela saúde”, defende Nuno Miranda. Em entrevista ao Terça à Noite, o oncologista do Instituto Português de Oncologia de Lisboa defende que deve haver uma uniformização na prescrição de medicamentos inovadores aos doentes e que a sua aprovação deve passar pelos grandes centros hospitalares.
O coordenador do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas, Nuno Miranda, admite que a comodidade no tratamento do cancro depende da disponibilidade financeira do doente.

“A sociedade é que tem que decidir quanto é que quer pagar pela saúde. As pessoas começam a ter consciência disso e aceitam que eu escolha um medicamento igualmente eficaz, mas menos cómodo, por ser significativamente mais barato. Estão muito disponíveis para isso se tivermos abertura e transparência na informação”, diz o especialista, em entrevista ao programa Terça à Noite, da Renascença.

“Há constrangimentos económicos directos nas pessoas", diz o coordenador do plano nacional de doenças oncológicas, sem contudo se coibir, mais adiante, de afirmar que "as restrições financeiras não motivaram alterações na forma de tratamento”.

O oncologista do Instituto Português de Oncologia de Lisboa aponta ainda que "para muitos cidadãos com contratos precários é hoje em dia muito mais difícil faltar ao trabalho, mesmo com justificação médica". Nuno Miranda acrescenta: "Há algum ambiente de medo que eu entendo".

Nesta entrevista à Renascença, o coordenador do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas lembra ainda que "existem mais dificuldades em contratar recursos humanos" e "comprar novos equipamentos”.

Nuno Miranda defende que deve haver uma uniformização na prescrição de medicamentos inovadores aos doentes e que a sua aprovação deve passar pelos grandes centros hospitalares.