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Portas remete reformas para depois da saída da "troika"

08 jan, 2014

Líder do CDS e vice-primeiro-ministro recusa eleições antecipadas e admite referendo no partido sobre próximas legislativas.

Portas remete reformas para depois da saída da "troika"
Paulo Portas recusa eleições antecipadas e admite referendo no CDS sobre as próximas legislativas. Em entrevista ao programa Terça à Noite, o vice-primeiro ministro defendeu que já foram feitas importantes reformas, mas considera que haverá melhores condições para reformar o Estado depois de terminar o programa de ajustamento. Nesta que é a sua primeira entrevista depois da crise política de Julho, Portas diz que irrevogáveis hoje para si “são os interesses permanentes de Portugal”.
“É preferível fazer reformas sem a ‘troika’ cá” – a afirmação é de Paulo Portas, líder do CDS e vice-primeiro-ministro, responsável pelo guião para a reforma do Estado. Em entrevista ao programa Terça à Noite, Portas defende que já foram feitas importantes reformas, como a da legislação laboral, a da lei do arrendamento e a reforma do IRC, mas defende que haverá melhores condições para reformar o Estado depois de terminar o programa de ajustamento.

E uma das reformas que defende como essencial é a da Segurança Social, para garantir a sustentabilidade do sistema e as expectativas dos actuais contribuintes do sistema, aquilo que chama de “princípio da confiança dos mais novos”.

Nesta que é a primeira entrevista de Paulo Portas depois da crise política de Julho, o actual vice-primeiro-ministro defende que, dessa crise, “resultou manifestamente um Governo com maior coesão política e maior equilíbrio entre o económico e o financeiro” e faz o elogio da coligação. Portas, que em Julho anunciou uma demissão "irrevogável", responde que irrevogável hoje para si “são os interesses permanentes de Portugal” e remete mais explicações sobre a crise política do Verão para o congresso do CDS, que se realiza no próximo fim-de-semana, em Oliveira do Bairro.

Um congresso que irá consagrar a coligação entre PSD e CDS para as eleições europeias de 25 de Maio, mas deixará em aberto a forma como o CDS pretende ir às legislativas. O que é normal, diz Portas, é que cada partido vá sozinho mas “havendo coligação [governamental] há circunstâncias que podem legitimar uma aliança” eleitoral. Mas este ainda não é o momento para essa decisão. Portas deixa-a para o conselho nacional do partido, mas admite que até venha a ser tomada em “referendo interno”.

Quanto ao momento para as eleições legislativas, o líder do CDS recusa uma antecipação de um ano, para o segundo semestre de 2014, como admitiu Nuno Morais Sarmento esta segunda-feira no programa Falar Claro. “Portugal vai terminar um período de excepção, acho que temos direito à normalidade”, afirmou o vice-primeiro-ministro, confiante que em Outubro de 2015, altura em que termina a legislatura, a economia portuguesa estará mais robustecida.

Para Paulo Portas também ainda não é o tempo de dizer o que se seguirá ao plano de ajustamento. “A Irlanda saiu em Dezembro e disse como queria sair em Novembro”, justifica, assumindo que “17 de Maio é uma obsessão”. Essa é a data prevista para o fim do programa de ajustamento. Até lá, afirma Portas, é preciso “evitar turbulências”.