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Terça à Noite

"Se Durão Barroso não tivesse ido para a Comissão Europeia, não estaríamos nesta situação"

14 jun, 2011

Em entrevista ao programa Terça à Noite, da Renascença, Celeste Cardona diz ainda que espera que o novo Governo seja muito mais político e menos técnico.

"Se Durão Barroso não tivesse ido para a Comissão Europeia, não estaríamos nesta situação"
Celeste Cardona, a ministra da Justiça do Governo de coligação PSD e CDS-PP, em 2002, acredita que o país não estaria "na situação em que está hoje" se Durão Barroso tivesse continuado o mandato de primeiro-ministro. Declarações feitas no programa Terça à Noite, onde Celeste Cardona defende também um aumento da carga horária em vez de uma diminuição da Taxa Social Única. Sobre Armando Vara, com quem trabalhou na administração da Caixa Geral de Depósitos, considera que era "um grande gestor".

Em entrevista ao programa Terça à Noite, da Renascença, Celeste Cardona diz que foi  um erro, com consequências graves para o país, a saída de Durão Barroso do Governo.

“Se isso não tivesse acontecido, teríamos ganho as eleições seguintes e o país não estaria hoje nas condições em que se encontra”, argumenta.

Nesta entrevista, a ex-ministra da Justiça diz ainda esperar que não haja férias judiciais este ano, porque “a situação é gravíssima” e porque o país não pode falhar as metas do memorando de entendimento no que se refere à justiça. “Espero que os primeiros relatórios sobre a situação nos tribunais já estejam feitos”, refere.

Celeste Cardona defende que um aumento da carga horária em vez da diminuição da taxa social única (TSU). “Esta é uma medida que consegue os mesmos efeitos de tornar a economia mais competitiva” sem  se ter que fazer uma baixa da TSU, “que para ter efeito teria sempre de ser de 8%”. Esta jurista diz que é praticamente impossível compensar essa descida, pelo que mais vale optar pela medida alternativa de aumento da carga horária.

A ex-ministra do CDS espera que o Governo que aí vem seja muito mais político e menos técnico, porque as decisões que têm que ser tomadas são políticas e não técnicas. Já quanto à integração de independentes no Governo, Celeste Cardona diz não achar que essa seja uma opção importante ou desejável.

Referindo-se às condições de uma maioria, um governo e um presidente, que estão agora criadas, Celeste Cardona não considera que essa seja uma coincidência “providencial” e diz mesmo que não espera "que o presidente venha a ter uma posição mais interventiva”.