17 abr, 2013 • Raquel Abecasis
A realização de eleições antecipadas teria um efeito devastador em Portugal, afirma Eduardo Marçal Grilo, em entrevista ao programa "Terça à Noite" da Renascença.
“Este momento é um momento vital para o país” e “um processo eleitoral seria absolutamente devastador”, adverte o ex-ministro da Educação.
O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho e o secretário-geral do PS António José Seguro vão reunir-se esta quarta-feira. Marçal Grilo considera que os dois líderes políticos “deveriam colocar em cima da mesa senso, nem é bom senso, é senso” e acrescenta: “era a tentativa de mostrarem ao país que estão mais preocupados com o essencial do que com o acessório”.
O antigo governante defende que Passos e Seguro devem empenhar-se numa negociação que não fique pelo consenso mínimo e que tenha o apoio do Governo, como “um todo, coisa que não tem acontecido”.
Nesta entrevista à Renascença, Marçal Grilo lamentou que o Presidente da República não tenha ainda feito uma declaração aos portugueses “sobre o momento que o país atravessa e aquilo que acha que deve ser o caminho”.
Diz o administrador da Fundação Calouste Gulbenkian que Cavaco Silva não pode andar a fazer declarações à saída de fábricas ou pelo Facebook e que o país precisa de ouvir a palavra do Presidente.
“Eu, pessoalmente, penso que o Presidente da República nos últimos tempos já teve uma ou duas ocasiões em que se deveria ter dirigido aos portugueses”, afirma Marçal Grilo.