10 abr, 2013 • Raquel Abecasis
O centrista António Pires de Lima tece duras críticas ao secretário-geral do PS, em entrevista ao programa “Terça à Noite” da Renascença.
O presidente do conselho nacional do CDS diz mesmo que “António José Seguro devia perceber que, se é para fazer aquilo que o engenheiro José Sócrates pede todos os domingos, os próprios socialistas vão acabar por se convencer que a cópia é bastante pior do que a receita original”.
Pires de Lima considera ainda que com isto o líder socialista está a “estreitar” o seu caminho e, “se o Governo for bem sucedido nesta fase”, António José Seguro “fica numa situação muito difícil, porque não tem meios para fazer o que quer, ou seja, derrubar o Governo”.
Numa crítica muito dura, Pires de Lima conclui que “neste momento o doutor António José Seguro é basicamente um capataz do engenheiro José Sócrates”.
Nesta entrevista à Renascença, António Pires de Lima lamenta que o Tribunal Constitucional nunca se tenha pronunciado quando houve decisões de aumento de despesa e venha agora declarar inconstitucionais medidas tomadas para alcançar compromissos externos.
"Caminho passa por uma redução de funcionários públicos"
O responsável centrista diz que “face a este acórdão do Tribunal Constitucional, o caminho passa por uma redução de funcionários públicos”, alertando, no entanto, para que “isso não se faça de forma cega”.
Pires de Lima desafia também o Governo a ser “mais corajoso” na renegociação das parcerias público-privadas (PPP) e no corte de rendas na energia.
Já quanto ao futuro do Governo, António Pires de Lima espera que este seja não só o momento para uma remodelação, mas também de uma reorganização do Executivo, porque “esta obsessão de ter um Governo só com 11 pessoas tem-se revelado um problema”.
O presidente do conselho nacional do CDS acha “que o regime em que vivemos, neste último ano e meio, deu tal poder ao ministro das Finanças que a pressão fiscal aumentou de uma forma absolutamente extraordinária, prejudicando gravemente o funcionamento da economia”.
“Não podemos continuar a ter um ministro das Finanças que é um peso pesado e um ministro da Economia que é um peso pluma”, defende Pires de Lima.