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Conselho de Finanças alerta para optimismo das previsões do Governo

22 mai, 2012

“As previsões macroeconómicas do Governo parecem basear-se em hipóteses excessivamente optimistas", segundo o Conselho de Finanças Públicas (CFP).

A conclusão deste novo órgão independente de acompanhamento do processo orçamental  está inscrita no seu primeiro relatório, divulgado esta segunda-feira.
 
A instituição liderada pela prestigiada economista Teodora Cardoso vem também sublinhar que este "optimismo" se reflecte igualmente nas expectativas quanto à evolução da dívida pública.

Num relatório de análise à estratégia orçamental do Governo para o período 2012/2016, o Conselho das Finanças Públicas vem sugerir que as previsões macroeconómicas que o Ministério das Finanças emprega deviam ser elaboradas por uma "instituição independente".
 
Em termos globais, o CFP considera que "o Governo definiu uma estratégia de ajustamento apropriada que tem sido aplicada correctamente".

No entanto, este novo órgão assinala que os documentos orçamentais do Governo estão feridos de "uma pobreza de informação quantitativa" quanto aos efeitos do cenário macroeconómico sobre a evolução das contas públicas.

Este é o primeiro relatório do CFP, uma instituição, recorde-se, criada no início deste ano para acompanhar a evolução das contas do Estado.

A criação de um órgão independente para avaliar os processos orçamentais fazia parte do memorando de entendimento entre Portugal e a "troika" e este relatório é tornado público a escassas horas da chegada, terça-feira, a Portugal de nova equipa da troika para nova avaliação da execução  do memorando de entendimento.
 
Este é o tema do Destaque da "Edição da Noite" numa emissão em que o habitual espaço de debate da actualidade "Falar Claro" contará com José Vera Jardim e, excepcionalmente no lugar habitualmente ocupado por Nuno Morais Sarmento, a presença de José Luís Arnaut.