A conversa informal e o pedido de esclarecimento

António José Seguro disse, na televisão pública, ter sido “o primeiro político em Portugal a defender que Portugal necessitava de mais um ano para consolidar as suas contas públicas”, mas ter “pena que assuntos tão sérios sejam tratados em conversas como aquela que tivemos oportunidade de assistir esta noite na televisão".

De acordo com imagens divulgadas inicialmente na TVI e que, aparentemente, registam uma conversa informal em que os protagonistas não se terão apercebido  que estavam a ser gravados, o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schauble, diz ao homólogo português, Vítor Gaspar, que face ao sucesso negocial relativo ao segundo pacote de ajuda internacional à Grécia, a Alemanha está disponível para rever as condições do acordo assinado com Portugal.

Vítor Gaspar que se encontrava de pé ouvindo as palavras do ministro alemão sentado, agradeceu a disponibilidade da Alemanha para flexibilizar as condições do empréstimo da “troika” a Portugal.

"Isso será muito apreciado", foi a expressão do ministro português, uma frase proferida em inglês, a língua em que o diálogo é travado.

Já na entrevista à RTP, Seguro manifestou "admiração" perante estas declarações porque, afirma, tem vindo a insistir com Passos Coelho, que o país precisa de mais um ano,  e o primeiro-ministro tem dito que não, quando esta noite se agora assiste ao senhor ministro das Finanças a dizer que seria apreciado o prolongamento do prazo".

Para o líder do principal partido da oposição, o primeiro-ministro "tem de dar explicações", defendendo que Passos Coelho "não pode dizer uma coisa no Parlamento e o seu ministro das Finanças ir dizer outra coisa a Bruxelas, falando com o ministro alemão".

Este é o tema que vai dominar a “Edição da Noite” e que será depois analisado no espaço de opinião “Conselho de Directores” com Henrique Monteiro, João Cândido da Silva e Graça Franco.