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Cortes salariais na ordem do dia

18 nov, 2011

Vinte e quatro horas depois da conferência de imprensa da “troika”, o FMI volta a insistir na necessidade do sector privado reduzir salários em Portugal.

O representante permanente do Fundo Monetário Internacional em Lisboa, Albert Jaeger, insistiu, de novo, esta quinta-feira, na tese de que o sector privado deve seguir o exemplo do sector público e aplicar reduções salariais, repetindo os conselhos da troika de ontem.

Defendendo a posição da “troika”, Albert Jaeger disse mesmo que os trabalhadores portugueses são dos que mais horas trabalham entre as economias avançadas, mas que a produtividade é baixa e, assim, são dos que menos retiram de todas essas horas que trabalham.

Assim, segundo o representante do FMI, Portugal precisa de aumentar a sua competitividade e isso é algo que demora muito tempo, defendendo por isso a indicação dada já ontem de que o sector privado deve seguir o exemplo de reduções salariais dado pelo sector público, com os cortes nos subsídios e nos salários das empresas privadas.

Já esta noite e falando a partir de Luanda, o primeiro-ministro defendeu hoje que Portugal será mais competitivo no curto e médio prazo se os custos de contexto forem mais baixos e os relacionados com trabalho muito contidos.

Pedro Passos Coelho precisou, contudo, que estes custos já são menores no sector privado.
Quanto ao conselho da troika Passos Coelho disse que esta ideia não está expressa no comunicado final da troika, tratando-se, no seu entender, apenas de "opiniões expressas por elementos da troika" que aconselham esse ajustamento, mas que é algo que tem vindo a ser feito.

O primeiro-ministro afirmou ainda que o país tem no sector privado custos unitários do trabalho mais baixos do que no sector público e que os ajustamentos na economia privada surgiram primeiro que na economia pública como se constata, de resto, pelo desemprego.

A sugestão da “troika” de cortes nos salários do sector privado continua no centro da actualidade económica e é ampliada no Destaque da Edição da Noite e analisada no Conselho de Directores, com Henrique Monteiro, Pedro Santos Guerreiro e Raquel Abecasis.