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Vaticano faz propostas para ajudar a resolver a crise mundial

25 out, 2011

O Vaticano publicou esta segunda-feira uma nota oficial sobre a necessidade de “reforma do sistema financeiro internacional”, defendendo a criação de uma “autoridade pública" com competência universal, uma espécie de “Banco Central Mundial”.

O documento é da autoria do Conselho Pontifício Justiça e Paz e apela à criação de “algumas formas de controlo monetário global”, considerando que o FMI, Fundo Monetário Internacional perdeu “a sua capacidade de garantir a estabilidade das finanças mundiais”.

O organismo da Santa Sé aponta para a “exigência de um organismo que desenvolva as funções de uma espécie de ‘Banco central mundial’ que regule o fluxo e o sistema das trocas monetárias, da mesma forma que os Bancos centrais nacionais”.

O documento cita a encíclica ‘Caritas in Veritate’, de Bento XVI, para apelar a uma “autoridade pública mundial” que seja capaz de favorecer a criação de “mercados livres e estáveis, disciplinados por um quadro jurídico adequado”.

O mercado financeiro global, “que cresceu muito mais rapidamente do que a economia geral”, deve ser colocado sob o controlo de um “número mínimo de regras partilhadas”, entende o Conselho Pontifício Justiça e Paz, ao mesmo tempo que lamenta a falta de controlo sobre movimentos de capitais e a “desregulamentação das actividades bancárias e financeiras”.

Esta nota oficial foi apresentada em conferência de imprensa, no Vaticano, pelo presidente do Conselho, o Cardeal Peter Turkson, que a considerou como um “contributo” para a próxima reunião do G-20, o grupo das 20 potências económicas do planeta a ter lugar entre 3 e 4 de Novembro na cidade francesa de Cannes.

Este é tema para ampliar no Destaque da Edição da Noite, onde vamos ter o habitual espaço de análise e debate político "Falar Claro", esta noite apenas com Nuno Morais Sarmento na ausência pontual de José Vera Jardim. A moderação é de Lídia Magno.