Emissão Renascença | Ouvir Online

Críticas de Cavaco Silva às medidas de austeridade

20 out, 2011

Os sacrifícios que estão a ser pedidos são inevitáveis porque Portugal chegou "ao fim da linha" e quem dá financiamento "exige condições". Este diagnóstico de um cenário limite é de um dos economistas mais prestigiados do país.

Trata-se de Vítor Bento, um dos conselheiros de Estado do Presidente da República, que, na prática discorda assim das declarações de Cavaco Silva que afirmou, esta quarta-feira, na abertura do Congresso dos Economistas, “haver limites para os sacrifícios".

Cavaco Silva disse mais: o Presidente afirmou que o Orçamento do Estado para 2012 não trata todos da mesma forma perante o Fisco.

O chefe de Estado considerou que a suspensão dos subsídios de férias e de Natal da administração pública e dos pensionistas é "a violação de um princípio básico de equidade fiscal".

Em declarações aos jornalistas também no Congresso dos Economistas, Vítor Bento afirmou que "enquanto sociedade não há limites para o sacrifício porque se não tivermos disponibilidade de financiamento vamos ter mesmo de ajustar por baixo", acrescentando que "é uma inevitabilidade".

Na sua intervenção, o economista disse que a taxa real de câmbio "vai ter que ajustar para baixo via deflação" acrescentando que vai demorar e será feito através do desemprego, porque "as pessoas regressarão ao emprego com salários mais baixos".

As reacções e leituras políticas à intervenção de Cavaco Silva irão ser ampliadas daqui a pouco no Destaque do Edição da Noite, numa emissão em que  um antigo director dos assuntos fiscais do FMI, o italiano Vito Tanzi, vai dizer que Portugal terá mais dificuldade de superar a crise actual do que teve em 1983. Vito Tanzi vai mais longe e acrescenta que poderá ser inevitável a saída do euro.

Mais à frente, nesta emissão, o Edição Internacional dominado pela libertação do soldado israelita Gilad Shalit, há cinco anos sequestrado pelo Hamas, e pelas eleições na Tunísia, no próximo domingo. Edição Internacional com Bernardo Pires de Lima, Manuela Franco e Paula Caeiro Varela.