05 abr, 2011
José Sócrates, em entrevista à RTP, lamentou ter sido "o único dirigente político" a alertar para as consequências do chumbo do PEC e afirmou que fará "tudo" para evitar um pedido de ajuda externa, recusando antecipar esse cenário.
Questionado pelos jornalistas da televisão pública sobre se o Presidente da República deveria ter tido um papel mais activo na promoção de consensos à volta do PEC4, José Sócrates disse ter sido "o único dirigente político a alertar o País", defendendo que "estava bem consciente dos riscos que Portugal corria se o PEC não fosse aprovado" no que pode ser interpretado como uma crítica tácita ao papel de Cavaco Silva na gestão da crise.
A entrevista do primeiro-ministro demissionário surge, ao final de um dia, em que se anunciou que Bloco de Esquerda e PCP vão encontrar-se na próxima sexta-feira, a convite do Bloco, na versão de quem o propõe, “um encontro de troca de impressões sobre o momento político que não tem outro alcance além da mera troca de pontos de vista”.
Será, no entanto, este encontro o embrião de um entendimento mais alargado mais à esquerda no espectro político nacional? Uma das perguntas que fica para o Destaque do Edição da Noite.
Neste Edição, teremos ainda o presidente do maior banco privado do país, o BCP, a afirmar que Portugal vai ser obrigado a pedir a ajuda financeira da União Europeia ainda antes de eleições.
Santos Ferreira afirma que o país precisa de imediato de 10 mil milhões de euros e o antigo governador do Banco de Portugal, Silva Lopes a sublinhar que Portugal já deveria ter, há muito, pedido a ajuda interna porque os juros da dívida são incomportáveis.
Nesta emissão, ainda a crise nuclear no Japão e o habitual espaço de debate político Falar Claro, com José Vera Jardim e Nuno Morais Sarmento.