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Informáticos da PJ investigados por suspeita de sabotagem no Citius

29 out, 2014

PGR abriu investigação após a ministra da Justiça ter enviado um relatório, onde levanta a suspeita sobre as causas que motivaram o colapso da plataforma informática.

A Procuradoria-Geral da República estará a investigar eventual sabotagem na plataforma informática Citius por dois informáticos da Polícia Judiciária.

De acordo com o "Diário de Notícias", a ministra da Justiça, que já tinha sugerido publicamente a hipótese de terem existido eventuais ilícitos de natureza criminal no bloqueio do sistema, levanta também suspeitas num relatório do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça (IGFEJ), sobre as causas que motivaram o colapso, que enviou à Procuradoria. As suspeitas recaem sobre dois técnicos da Polícia Judiciária.

Estes profissionais estão integrados no IGFEJ em regime de comissão de serviço de há dois anos para cá, confirmou ao mesmo jornal uma fonte da PJ.

Em comunicado enviado à Renascença, a Procuradoria-Geral da República confirma que "foi instaurado um inquérito com a finalidade de investigação", mas "não divulga nem comenta o teor das participações recebidas". Devido à complexidade processual e à repercussão social da matéria em investigação, foi nomeado o procurador Pedro Verdelho para assumir a direcção do inquérito.

Na passada sexta-feira, também o sindicato dos funcionários judiciais indicava que as suspeitas apontam para problemas ocorridos dentro do ministério.
"Se o relatório foi enviado para a PGR, é porque há culpados, pessoas que deliberadamente provocaram situações que prejudicaram o funcionamento dos tribunais. As únicas pessoas que tinham acesso à plataforma eram funcionários do IGFEJ", disse à Renascença o dirigente sindical Fernando Jorge.

Além da Procuradoria-Geral da República, o relatório sobre os problemas na plataforma informática Citius seguiu também para a Inspecção-Geral dos Serviços da Justiça.

Reforço informático
O Ministério da Justiça garante que "o funcionamento do Citius está normalizado nas 23 Comarcas", onde diz que os processos já se encontram em papel e nos computadores, com 9.801.015 acessos à plataforma informática entre 30 de Setembro e a passada sexta-feira.

Em resposta à agência Lusa, Paula Teixeira da Cruz, admite ainda que a plataforma informática dos tribunais vai ainda ser alvo de reforço informático, ainda que, por agora, não seja levantada a suspensão dos prazos dos processos decretada na sequência de anomalias no sistema.