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Semana cheia na Europa

29 set, 2014 • Daniel Rosário

Quase se pode dizer que, esta semana, a Europa está de “agenda cheia”. Mas o que vai centrar mais atenções será o processo de audições a cada um dos candidatos a comissários europeus propostos por Jean-Claude Juncker que começa hoje e que se prolonga até terça-feira da próxima semana.

Semana cheia na Europa
Bandeira da União Europeia

No Parlamento Europeu arrancam esta semana as audições aos futuros 27 elementos da Comissão presidida por Jean-Claude Juncker, num processo que vai durar até ao dia 7 de Outubro.

Carlos Moedas comparece já na terça-feira, logo pela manhã, perante a comissão parlamentar da Indústria, Investigação e Energia. Tal como os seus futuros colegas, o ainda membro do Governo português começará por fazer uma apresentação de cerca de um quarto de hora, após a qual será submetido a um interrogatório de 45 perguntas, ao longo de três horas.

Após cada audição, os deputados responsáveis de cada grupo político reúnem à porta fechada para preparar o veredicto. Muito técnica, a audição de Moedas não deverá ser das mais complicadas, outros terão a vida bem mais dificultada.

Também esta terça-feira, a capital belga acolhe o 3º Fórum das Regiões Ultraperiféricas da União Europeia. Um encontro que junta os presidentes destes territórios, entre os quais os Açores e a Madeira, com representantes das instituições europeias. Na agenda estarão as prioridades para os próximos anos, tendo como pano de fundo que o orçamento da União até 2020 conta com 6 mil e 600 milhões de euros para estas zonas, estando o emprego e educação identificados como áreas estratégicas de intervenção.

Esta semana o Eurostat divulga as estatísticas de emprego da União Europeia. Dados decisivos, numa altura em que a recuperação económica começa a marcar passo, com consequências inevitáveis ao nível da capacidade de criação de emprego.

Quarta-feira é a hora do render da guarda na Aliança Atlântica. O novo secretário-geral da NATO, o ex-primeiro-ministro norueguês Jens Stoltenberg, que sucede ao dinamarquês Anders Fogh Rasmussen. Stoltenberg assume funções numa altura em que a Organização do Tratado do Atlântico Norte parece ter encontrado no que identifica como a ameaça russa uma justificação renovada para a sua razão de ser.

A delicada gestão das relações com a Rússia e o explosivo dossier da possível adesão da Ucrânia à organização estarão entre os temas que ocuparão o topo da agenda de Stoltenberg. Um socialista que ficou conhecido fora do seu país quando, ainda Primeiro-ministro, se disfarçou de taxista para conduzir anonimamente vários conterrâneos e, assim, tomar o pulso ao país.