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O que vai Juncker fazer com 300 mil milhões... e onde os vai arranjar?

24 nov, 2014 • Pedro Caeiro

Vão subindo as expectativas em torno do plano de reanimação da economia europeia que Jean-Claude Juncker vai apresentar esta semana. Grande parte da Imprensa especula sobre o que poderá ser feito.

Os estímulos financeiros que a União Europeia se prepara para anunciar para tentar reanimar a economia dos “28” dominam a manhã informativa no que respeita a temas europeus. Os efeitos que poderá vir a ter, nomeadamente se conseguir desbloquear a estagnação que se vive ao nível do investimento no sector privado são destacados no “Wall Street Journal”, que fala nos 300 mil milhões que Jean-Claude Juncker irá anunciar esta semana. O tema é dinheiro e, por isso, também é falado pela agência Bloomberg e pela revista “Forbes”, bem como pelo “Irish Times”.
O plano vai ser revelado depois de amanhã e, segundo o “Wall Street Journal”, representa uma mudança de rumo no que respeita à forma como têm sido usados, até agora, os fundos estruturais.

Ainda no que respeita a dinheiros, fala-se de Orçamentos do Estado para o próximo ano, com uns mais problemáticos de aprovar pela União Europeia. É o caso do italiano, se bem que a imprensa daquele país, citada pela Reuters, vem avançar que as contas do Governo de Matteo Renzi para 2015 podem receber luz verde de Bruxelas, com a promessa de que serão revistas em Março. Nomeadamente para ver se as prometidas reformas estruturais serão postas mesmo em prática. Algo que deverá ser repetido nos casos de França e Bélgica.

Atenções centradas, um pouco por toda a Imprensa, também no debate da moção de censura à Comissão Europeia, que marca o arranque da sessão plenária do Parlamento Europeu, em Estrasburgo. A moção de censura está relacionada com os acordos feitos entre o Luxemburgo e mais de 300 multinacionais para pagarem menos impostos, quando Juncker era Primeiro-ministro. A votação acontece apenas quinta-feira.

No plano da política externa europeia, Israel teme que a União Europeia possa vir a reconhecer oficialmente o Estado Palestiniano. O “The Times of Israel” cita um antigo procurador-geral israelita que pede, ele mesmo, a Bruxelas, que reconheça a Palestina. Michael Ben-Yair diz que a imposição de um regime de “apartheid” na Cisjordânia, é apenas “uma questão de tempo”. São declarações que pordem ter eco em Estrasburgo, onde o Parlamento Europeu vai votar na quinta-feira o reconhecimento do Estado Palestiniano, com as fronteiras definidas em 1967, e Jerusalém como capital. De resto, segundo este diário israelita, mais de 700 artistas, celebridades e outras israelitas, como antigos chefes militares, embaixadores e deputados assinaram uma petição nesse sentido.

No “Washington Post”, um artigo fala da vulnerabilidade sentida pela Finlândia em relação às provocações russas. O país tem fronteiras com a Rússia e, apesar da atitude historicamente pacífica de Helsínquia, temem-se as novas reacções de Moscovo na sequência do mau estar que se vive por causa da Ucrânia. As provocações têm sido mais que muitas, com aviões russos a invadir espaço aéreo finlandês repetidamente e submarinos e helicópteros a perseguir navios de investigação finlandeses em águas internacionais.