Competição portuguesa "muito forte" no Doclisboa

A actualidade chega normalmente pelo ecrã de televisão, pelo computador ou pela rádio, mas, em Lisboa, a partir desta quinta-feira, poderá também ser vista no grande ecrã do cinema, no maior festival português dedicado ao documentário.

Cintia Gil, a directora do Doclisboa, realça a vitalidade do sector do cinema português em altura de crise. “Devo dizer que, este ano, a competição portuguesa é mesmo muito forte e é uma alegria ver a maneira como os filmes portugueses estão sempre a aparecer, apesar de todas as circunstâncias”, diz à Renascença.

Um dos documentários apresentados é de Bruno de Almeida, com o título “Fado Camané”, e abre a secção da música. Este documentário "não é sobre o Camané, é mesmo com o Camané. Ou seja, é um filme dentro do estúdio em que o Camané está a gravar. E temos o José Mário Branco, temos a Manuela de Freitas, temos os músicos, e temos a música a ser feita”, adianta Cintia Gil.

Também João Botelho, o realizador de “Os Maias” e de "Corrupção", apresenta “Quatro”, que está fora de competição mas que tem uma particularidade. “É um filme que ele faz com o Francisco Tropa, o Pedro Tropa, o João Queiroz e o Jorge Queiroz que são quatro artistas, irmãos dois a dois", detalha Cintia Gil.

Além das obras portuguesas, serão apresentados ainda 40 estreias mundiais. Alguns destes filmes abordam temas que marcam a actualidade internacional, como as manifestações de Hong-Kong ou a situação na Síria. O filme de abertura será "Praça", de Sergei Loznitsa, sobre os protestos do ano passado, em Kiev, na Ucrânia.

O festival, cuja abertura é esta quinta-feira, propõe repensar as potencialidades do documentário, procurando divulgar filmes que eventualmente ajudem a compreender algumas questões da actualidade e encontrar possíveis forças de mudança.

O Doclisboa decorrerá até dia 26 de Outubro, na Culturgest, Cinema São Jorge, City Campo Pequeno, Cinema Ideal e na Cinemateca, mas também no Cine-Teatro da Academia Almadense.