Portugal desaconselha viagens para países afectados pelo ébola

As autoridades portuguesas desaconselham viagens a três dos países afectados pelo ébola: Guiné Conacri, Serra Leoa e Libéria. A Direcção-Geral da Saúde  (DGS) e o Ministério dos Negócios Estrangeiros recomendam que as deslocações para estes países só sejam feitas em casos de "absoluta necessidade".

"Na Guiné Conacri, Serra Leoa e Libéria a propagação da epidemia de ébola deve-se, sobretudo, ao facto de serem países contíguos, com delimitação porosa de fronteiras, isto é, permeáveis e como tal atravessadas por populações rurais, onde os respetivos sistemas de saúde são muito frágeis e as condições socioeconómicas são, igualmente, débeis", lê-se no comunicado divulgado esta quarta-feira.

O texto, assinado pelo director-geral da Saúde Francisco George, refere que a situação na Nigéria é diferente porque está relacionada com a "importação de um caso, que viajou por via aérea".

A DGS sublinha que a situação na Costa Ocidental de África "impõe acções de prevenção e controlo" tanto na fonte (epicentro da epidemia), como nas medidas que visam impedir a exportação de casos de doença para outros países.

O Governo já emitiu conselhos para os portugueses nos países afectados por surto de ébola. Os cidadãos podem contactar o gabinete de emergência consular através dos números de telefone 707202000 ou 961706472 ou pelo endereço electrónico gab.emergencia@mne.pt. Também a Linha Saúde 24 (808 24 24 24) presta esclarecimentos complementares.

Sessões de esclarecimento no SEF
A DGS vai promover sessões de esclarecimento aos funcionários do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) sobre o vírus do Ébola, para "habilitá-los a discutir e aconselhar" os viajantes sobre a matéria.

Em declarações à Lusa, o director-geral da Saúde disse que estas sessões vão ter início na sexta-feira, dia 22, à tarde, no aeroporto do Faro. Depois serão estendidas aos aeroportos de Lisboa e do Porto.

Para já, apenas o pessoal do SEF será abrangido por esta iniciativa, de forma a estar habilitado a discutir todos os assuntos relacionado com a infecção, com as viagens e a aconselhar os cidadãos.

Com estas sessões, pretende-se "afinar todos os procedimentos, que depois serão debatidos em sessões de perguntas e respostas", adiantou Francisco George.

O vírus já fez 1.229 mortos em África, de acordo com o mais recente balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgado esta terça-feira. Há 2.240 casos confirmados.

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[notícia actualizada às 18h00]