21 mai, 2012 • Lidia Magno
O social-democrata José Luís Arnaut mostra-se muito crítico com a actuação da secretária de Estado do Tesouro e das Finanças, Maria Luis
Albuquerque, afirmando que a governante "não tem o controle da situação das privatizações da ANA e da TAP".
O ex-ministro de Durão Barroso critica a actuação da secretária de Estado que, na sua perspectiva, estará a atrasar o processo de privatizações imposto pela "troika" e que estes dois processos já deveriam estar concluídos há semanas, considerando mesmo que só Vitor Gaspar, o ministro das Finanças, pode levar a bom porto estas duas operações.
Declarações feitas durante o habitual espaço de debate da Renascença de segunda-feira "Falar Claro". A "troika" está prestes a realizar a quarta avaliação ao cumprimento do programa de assistência e "vai ter esse atraso em conta", afirma ainda Arnaut.
Em vésperas de mais uma cimeira europeia, o social-democrata considera ainda que o consenso é fundamental e afirma que o PSD e o Governo poderiam ter tido um papel mais activo para esse consenso, considerando que só o entendimento entre os dois pode manter Portugal fora dos “radares” dos mercados". O ex-ministro "laranja" fala, por isso, em responsabilidades históricas tanto de Passos Coelho como de António José Seguro, uma vez que defende que há uma relação directa entre o consenso político e os resultados económicos, ou seja, se Seguro romper o entendimento, as taxas de juro da dívida portuguesa vão aumentar.
Já para o socialista Vera Jardim a avaliação que a "troika" se prepara para fazer deve agora ter em conta a nova agenda europeia propondo que devem ser "reavaliadas as politícas em curso, no que diz respeito ao memorando", ou seja, inscrevendo no programa de assistência, políticas de crescimento e emprego que permitam combater os actuais números do desemprego, disse.
O "Falar Claro" desta semana contou com a presença especial de José Luís Arnaut, em substituição do habitual comentador residente do programa Nuno Morais Sarmento.