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Em Nome da Lei

Luís Portela: “Preço dos medicamentos baixou 30% em Portugal”

14 mar, 2015

O presidente não-executivo dos laboratórios Bial, Luís Portela, diz que os preços dos medicamentos em Portugal são, em média, dos mais baixos da Europa, fixando-se ao nível dos praticados na Eslovénia e na Estónia. 

Luís Portela: “Preço dos medicamentos baixou 30% em Portugal”
Depois de mais de um ano de negociações, o Governo conseguiu baixar o custo do tratamento por doente com heptatice C para 25 mil euros. Os Médicos do Mundo já contestaram no Instituto Europeu de Patentes o monopólio do medicamento por parte da empresa americana Gilead. Luís Portela, presidente não executivo da Bial, defende que sem investimento dos governos deixa de haver medicamentos inovadores.

Portugal tem dos medicamentos mais baratos na Europa, garante Luís Portela, presidente não executivo do maior grupo farmacêutico nacional, a Bial.

O empresário diz que os preços baixaram 30 por cento, nos últimos anos, fixando-se o preço médio de um medicamento em valores a rondar os 10 euros.

“O preço médio dos medicamentos em Portugal é de 10,09 euros. Claro que há um ou outro muito mais caro, mas Portugal tem preços ao nível dos da Eslováquia e da Estónia. São dos preços mais baratos na Europa, em média, e baixaram 30% em média nos últimos três a quatro anos”, disse Portela no programa “Em Nome da Lei”, da Renascença.

Em Portugal, já há uma grande prevalência de genéricos nos medicamentos vendidos e de medicamentos inovadores. Nestes últimos, os valores atingem níveis de custo astronómicos, como se verificou, recentemente, no caso dos doentes de hepatite C. Ao fim de mais de um ano de negociações, o Governo conseguiu baixar o custo do tratamento por doente para 25 mil euros. Ainda assim, um valor muito alto.

Por isso, os Médicos do Mundo já contestaram no Instituto Europeu de Patentes, o monopólio da empresa americana Gilead. António Andrade, daquela organização internacional, adianta que os dos argumentos invocados foi o facto de o Sofosbuvir ter sido investigado em boa parte pelos laboratórios públicos britânicos.

O presidente não executivo da Bial contrapõe que o grande esforço de investigação é das empresas farmacêuticas e não dos laboratórios públicos. Por isso, tem de haver patentes para garantir que, ao longo de 20 anos, só aquela empresa pode vender o medicamento que descobriu.

Luís Portela diz que as empresas apostadas na descoberta de novos fármacos são muito poucas. Há apenas 25 instituições na Europa, que criam novos medicamentos. O empresário farmacêutico defende por isso que as patentes existem também para proteger os consumidores.