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Exploração sexual de menores na Internet rende cinco mil milhões de euros

18 out, 2014 • Marina Pimentel

Há “milhares e milhares” de fotografias e vídeos de crianças a serem abusadas sexualmente a circular na internet. As organizações criminosas usam os esquemas para lavagem de dinheiro.

Exploração sexual de menores na Internet rende cinco mil milhões de euros
A exploração sexual de menores na Internet é um negócio avaliado em 5 mil milhões de euros, que envolve organizações criminosas que a usam para branqueamento de capitais. A denúncia é feita por Aires Magriço, magistrado do Ministério Público, no programa da Renascença Em Nome da Lei.
A exploração sexual de menores na Internet é um negócio avaliado em 5 mil milhões de euros, que envolve organizações criminosas que a usam para branqueamento de capitais.

A denúncia é feita no programa Em Nome da Lei, da Renascença, por Aires Magriço, magistrado do Ministério Público com larga experiência na investigação sobre pedofilia no Ciberespaço, e que explica como se processam os crimes:

“ [As organizações] abrem o site, abrem pequenas contas bancárias por todo o mundo, vão comprando imagens e espalham o dinheiro e perde-se o rastro do dinheiro do tráfico de droga, do tráfico de droga, do tráfico de seres humanos.”

Aires Magriço acaba de lançar um livro onde conta a sua experiência como investigador sobre as práticas dos predadores sexuais. O procurador diz que há “milhares e milhares” de fotografias e vídeos de crianças a serem abusadas sexualmente a circular na internet. Na maior parte são crianças do Leste da Europa.

Os abusadores costumam ser “tecnologicamente evoluídos”. Chegam a camuflar imagens de pornografia com crianças e jovens nos servidores das empresas e de organismos públicos.

“Seria importante que as empresas, nas suas políticas de responsabilidade social, adoptassem acções de sensibilização e de prevenção a este tipo de práticas”, aconselha.

Dulce Rocha, presidente executiva do Instituto de Apoio à Criança, diz que a violência sexual sobre as crianças acontece cada vez mais cedo, causando efeitos devastadores. Há crianças mais vulneráveis que outras, mas qualquer uma está em risco.

“Ninguém está seguro. Ninguém que tenha o seu quarto e o seu computador está seguro. É um assunto que nos deve ocupar, se não queremos que isto aumente indefinidamente”, diz.

Dulce Rocha, também antiga procuradora, diz que Portugal deve aprender com as boas práticas de outros países, como a Alemanha, onde a investigação aleatória de pedófilos é permitida, ao contrário do que acontece por cá.