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Inspectora-geral garante que uso indevido de armas tem diminuído

05 jul, 2014

A selecção e a formação dos efectivos é a chave para reduzir os abusos e as falhas das forças de segurança, considera Margarida Blasco.

Inspectora-geral garante que uso indevido de armas tem diminuído
Tem havido um decréscimo de processos disciplinares movidos contra polícias e agentes de segurança, sobretudo no que diz respeito a casos mais graves. A afirmação é da Inspectora-Geral da Administração Interna, no Em Nome da Lei desta semana. Até onde vai a autoridade da polícia? Quando é que o agente pode disparar uma arma de fogo? Se matar uma pessoa, quais as consequências? São estes os temas em debate no programa desta semana.
A inspectora-geral da Administração Interna garante à Renascença que os casos disciplinares nas forças de segurança têm diminuído.

Margarida Blasco, a convidada desta semana do Programa Em Nome Da Lei, assegura, por exemplo, que há menos casos de uso indevido das armas.

A diminuição deve-se, garante, à aposta que foi feita na formação. “Por isso é que há formação. Obviamente que não se pega numa pessoa e se diz ‘Agora tens uma arma, vais fazer uma ronda’. Eles, agentes e guardas, são treinados e têm de saber as situações em que podem ou não usar a arma de fogo. Isto é uma questão de treino, em que o Estado tem de se empenhar. Obviamente, as decisões são tomadas em segundos, por isso é que digo que tem de haver esta formação muito especial”.

Ainda sobre os casos em que os disparos policiais fazem vítimas, Margarida Blasco diz que cada caso é um caso, que todos são investigados e que só em metade das situações é que os polícias foram punidos. “Nem sempre a IGAI tem punido, tem recorrido e em situações concretas. Das 80 e tal mortes desde o início da IGAI, puniu 40 e tal agentes, da GNR e da PSP”.

Já sobre os casos em que os policias se envolvem em crimes, embora garanta que também estão a diminuir, a inspectora-geral da Administração Interna aconselha as policias a apertarem as regras de selecção dos seus efectivos.

“Passa pela selecção das pessoas que vão para lá. As pessoas que abraçam uma profissão como esta, sabem que têm de ter uma determinada entrega à profissão. Portanto a selecção é muito importante, assim como a selecção dos juízes, nós vamos julgar pessoas, assim como a dos juízes, que têm a vida das pessoas nas mãos.”

Margarida Blasco foi a convidada desta semana do Em Nome da Lei, transmitido na Renascença depois do noticiário das 12h, aos sábados, esta semana com edição de Celso Paiva Sol.