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Em Nome da Lei

Julgamento de Jesus é caso de estudo para o que um juiz nunca pode fazer

26 abr, 2014 • Marina Pimentel

Ainda em período de Páscoa, na Renascença debateram-se as lições a tirar do julgamento de Jesus Cristo por Pôncio Pilatos, com as participações dos juízes José Manuel Barata e Eurico Reis, o professor Luís Fábrica e o magistrado António Cluny.

Julgamento de Jesus é caso de estudo para o que um juiz nunca pode fazer
O Julgamento de Jesus deve ser estudado pelos magistrados como exemplo do que um juiz nunca pode fazer. José Manuel Barata, juiz das Varas Criminais, diz que foram tantas as irregularidades cometidas por Pilatos e as autoridades hebraicas que houve um advogado que há uns anos chegou a tentar a anulação do processo de Jesus, junto do Tribunal Penal Internacional. Ainda em período de Páscoa, o programa da Renascença Em Nome da Lei debate as lições a tirar do julgamento de Jesus.

O julgamento de Jesus Cristo deve ser estudado pelos magistrados como exemplo do que um juiz nunca pode fazer, considera José Manuel Barata. No programa “Em Nome da Lei”, da Renascença, o juiz das Varas Criminais diz que foram muitas irregularidades cometidas por Pilatos e as autoridades hebraicas e chegou a haver um advogado que há uns anos chegou a tentar a anulação do processo de Jesus junto do Tribunal Penal Internacional.

Ainda em período de Páscoa, na Renascença debateram-se as lições a tirar do julgamento de Jesus. Para o magistrado António Cluny, o que se passou há mais de dois mil anos confirma a importância do estatuto do juiz -Pilatos nunca poderia ser imparcial nem independente porque estava ao serviço de Roma. 

Pilatos exercia a Justiça em nome de César e não em nome do povo, como hoje acontece com os juízes, e ao contrário da imagem benévola que têm muitos católicos, o julgador de Jesus era um homem cruel e sem escrúpulos, defende o advogado e professor da Universidade Católica Luís Fábrica.

Para o juiz do Tribunal da Relação de Lisboa Eurico Reis, uma das lições a tirar do julgamento de Jesus é a consciência de que quem julga corre permanentemente o risco de errar.

Entre a detenção de Jesus no Monte das Oliveiras e a sua crucificação não passaram mais de 12 horas. Tudo aconteceu durante a noite e sob uma forte pressão popular e dos sacerdotes hebraicos. Eurico Reis diz que a justiça estará sempre sujeita a pressões, mas nunca se pode submeter a elas.

Excertos do debate no programa “Em Nome da Lei” da Renascença, para ouvir aos sábados depois do noticiário das 12h00 e, a qualquer hora, em www.rr.sapo.pt.