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Francisco Sarsfield Cabral

Angola e a democracia

04 ago, 2015 • Francisco Sarsfield Cabral

Apesar de ser um importante parceiro económico de Portugal, não podemos ignorar factos lamentáveis que se passam em Angola.

Angola foi, até há pouco, um excelente mercado para as exportações nacionais e um país para onde muitos portugueses emigraram. Uma coisa e outra estão agora a regredir, por causa da baixa do preço do petróleo.

Mas Angola não é só petróleo, nem o preço do “crude” se manterá sempre baixo. A longo prazo, Angola irá manter-se como um importante parceiro económico de Portugal.

Tal não significa ignorar factos lamentáveis que se passam naquele país, como a prisão de 15 jovens manifestantes pacíficos, acusados (sem acesso a advogados) de tenebrosas conspirações. Ou a proibição de quaisquer manifestações contra o governo.

Os meios de comunicação angolanos, que seguem a linha governamental, reagiram no passado recente com extrema violência a críticas portuguesas visando violações de direitos humanos em Angola. O que mostra a dificuldade do regime angolano em conviver com opiniões discordantes.

A longa e mortífera guerra civil em Angola acabou há treze anos. Construir uma democracia leva tempo, mas seria bom que ali se dessem passos no sentido positivo, em vez de se andar para trás.