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Francisco Sarsfield Cabral

Complicações europeias

30 jul, 2015

Clima eurocéptico que predomina em muitos dos Estados membros (à direita e à esquerda) não permite avançar na integração.

A questão grega, longe de se encontrar resolvida, tem suscitado uma chuva de propostas de reforma da Zona Euro e, também, da própria UE. Duvido que qualquer dessas propostas se concretize a curto ou a médio prazo.

Primeiro, porque o clima eurocéptico que predomina em muitos dos Estados membros (à direita e à esquerda) não permite avançar na integração, o que a maioria das propostas apresentadas implicaria.

Em segundo lugar, mas não menos importante, nos próximos meses a Europa comunitária estará confrontada com as exigências britânicas de alterações em vários sectores, como a livre circulação de pessoas e as políticas sociais da UE.

Cameron quer iniciar as negociações com Bruxelas já em Setembro, de modo a poder apresentar no referendo lá para Junho de 2016 o resultado obtido. Ora uma eventual saída britânica da UE seria um enorme abalo para a integração europeia. E as negociações com Londres que decorrerão nos próximos meses não podem assentar numa UE com configuração incerta.

Concluindo, as alterações na arquitectura do euro e na UE tal como a conhecemos hoje vão ter que esperar.