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Francisco Sarsfield Cabral

Tragédias marítimas

20 mai, 2015 • Francisco Sarsfield Cabral

Enquanto se espera um mandato da ONU para que a NATO possa actuar no Mediterrâneo, no Sudeste asiático ocorre uma tragédia ainda pior. Milhares de migrantes procuram entrar nos países da região, mas estes países recusam-se a recebê-los ou sequer ajudá-los.

A UE aprovou uma missão militar para combater o tráfico humano no Mediterrâneo. Sabe-se que grande parte dessas tentativas de entrada clandestina na Europa são organizadas por “gangs” que se fazem pagar pelos desgraçados que procuram fugir à guerra e à fome – e muitas vezes morrem afogados, o que pouco importa aos traficantes.

A NATO deve envolver-se nesta operação naval, até porque receia a entrada em território europeu de combatentes “jihadistas” infiltrados entre os migrantes que tentam atravessar o Mediterrâneo.

Mas esta missão enfrenta ainda vários obstáculos. Um deles é a necessidade de um mandato do Conselho de Segurança da ONU, mandato que a Rússia poderá inviabilizar. A Alta Representante da UE para os Assuntos Externos, Federica Mogherini, diz-se optimista. Oxalá tenha razão.

Entretanto, no Sudeste asiático ocorre uma tragédia ainda pior. Milhares de migrantes, por barco, procuram entrar nos países da região – Indonésia, Tailândia, Malásia, etc. Mas estes países recusam-se não só a recebê-los como a ajudá-los no mar. A ONU condena essa posição, mas isso pouco adianta.