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Francisco Sarsfield Cabral

O perigo mora em França

24 mar, 2015 • Francisco Sarsfield Cabral

O partido de extrema-direita ficou aquém do que a sua líder, Marine Le Pen, esperava, mas deixou de ser um partido marginal. E a sua campanha foi financiada por um banco russo, próximo de Putin.

A queda dos grandes partidos tradicionais na Europa não se acelerou tanto como muitos receavam nas eleições de domingo na Andaluzia e em França.

Na Andaluzia, uma autonomia maioritariamente socialista desde há muito, o PSOE obteve os mesmo número de deputados regionais (47) do que em 2012. O Podemos elegeu 15, menos do que esperava.

O PP de Rajoy foi o grande derrotado, mas a subida fulgurante do Podemos parece em vias de inversão – porque a economia espanhola recupera e porque os resultados do Syriza na Grécia não são animadores.

Nas eleições locais francesas o partido de extrema-direita de Marine Le Pen também ficou aquém do que ela esperava. A direita de Sarkozy teve mais votos e o Partido Socialista quedou-se num modesto terceiro lugar.

Do mal o menos, decerto, mas a Frente Nacional de Marine Le Pen já não é um partido marginal. Embora mais civilizada do que o pai (o que lhe traz votos), Marine é xenófoba e racista, anti-imigrantes e anti-UE (e não apenas anti-euro) e apoia Putin. Um banco russo, próximo de Putin contribuiu para financiar a campanha de Le Pen. Não augura um futuro tranquilizador.