Face às ameaças é vital termos serviços secretos a funcionar dentro da legalidade, com discrição e eficácia. Ora o que tem vindo a público nos últimos anos não nos dá essa garantia.
O antigo director-geral do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED), Jorge Silva Carvalho, disse que nas “secretas” se praticavam actos ilegais, nomeadamente no acesso a dados de comunicações.
Não sei se são verdadeiras estas afirmações de Silva Carvalho, que saiu do SIED para o sector privado e vai responder por acusações de violação do segredo de Estado, abuso do poder e corrupção.
Mas não me custa presumir que sejam verdadeiras. Pior: receio que algumas violações da lei não tenham sido motivadas apenas por razões de segurança nacional, mas tenham também envolvido interesses privados.
Um vídeo atribuído à organização terrorista Chebab, ramo da Al-Qaeda na Somália, apela a ataques terroristas em supermercados ocidentais. Portugal não parece estar, felizmente, nas prioridades dos alvos dos terroristas.
Mas tal não significa que estejamos a salvo. Por isso é vital termos serviços secretos a funcionar dentro da legalidade, com discrição e eficácia. Ora o que tem vindo a público nos últimos anos não nos dá essa garantia.