As sociedades europeias estão a desprezar valores de civilização de que não podem abdicar.
Daqui a três semanas há eleições em Israel, sempre muito disputadas. O que levou o actual primeiro-ministro, Netanyahu, a convidar a emigrarem para Israel os judeus residentes na Europa e que, segundo ele, não se sentem aqui seguros.
Os judeus dinamarqueses logo recusaram o convite: seria confessar medo face ao terrorismo, a pior coisa que se pode fazer. Outros judeus explicaram que ir para Israel deve ser por amor e não por receio dos terroristas.
Mas não há dúvida de que há na Europa – felizmente não em Portugal – algum recrudescimento do anti-semitismo. Em parte, paradoxalmente, porque cresce também o anti-islamismo. E porque estão em alta sentimentos xenófobos e racistas em vários países europeus tradicionalmente tolerantes.
As atitudes racistas de adeptos do Chelsea em Paris e depois em Londres – justamente repudiadas por Mourinho e pela direção do clube – são outro sinal preocupante.
As sociedades europeias estão a desprezar valores de civilização de que não podem abdicar. Há que travar o populismo antes de que ele acabe com os nossos padrões éticos.