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Francisco Sarsfield Cabral

Efeito contraproducente

14 abr, 2014 • Francisco Sarsfield Cabral

A recusa do Governo britânico de uma Escócia independente manter a libra como moeda e afirmações de Durão Barroso alegando ser difícil a Escócia entrar na UE irritaram os escoceses, tendo um efeito contraproducente: aumentaram os partidários da independência.

Até há pouco, o referendo sobre a eventual independência da Escócia, marcado para 18 de Setembro próximo, não suscitava grande interesse na imprensa internacional. Olhando as sondagens, a derrota dos independentistas parecia segura. E há dias, numa eleição no Quebec, os partidários da separação do Canadá, ou seja, da independência, sofreram mais um desaire. O tempo não é propício a independências.

Só que a vantagem dos escoceses que defendem a manutenção da Escócia no Reino Unido tem vindo a diminuir. Era de 20 pontos há seis meses, mas uma sondagem actual mostra que os unionistas ainda lideram (53%) mas apenas por seis pontos (47% optam pela independência).

A recusa do Governo britânico de uma Escócia independente manter a libra como moeda e afirmações de Durão Barroso alegando ser difícil a Escócia entrar na UE (por oposição da Espanha, numa decisão que requer unanimidade) irritaram os escoceses, tendo um efeito contraproducente: aumentaram os partidários da independência. Sobe o nervosismo em Londres e também em Madrid, por causa da Catalunha.