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É preciso olhar a saúde como um negócio. Estudo defende mudança de paradigma

12 mar, 2013 • Filomena Barros

Objectivo é captar mais doentes estrangeiros e reforçar a saúde como um motor de desenvolvimento económico e social do país.

É preciso olhar a saúde como um negócio. Estudo defende mudança de paradigma
Olhar a saúde como área de negócio, conceito a desenvolver cá dentro e lá fora, é a proposta do estudo apresentado nesta terça-feira, em Lisboa, que sugere mais inovação e defende a liberdade de escolha do utente.

A começar pelos cuidados de saúde primários, o estudo feito pela Porto Business School defende uma mudança de paradigma, como explica um dos coordenadores, Nuno Sousa Pereira. “Se houver essa liberdade de escolha, se efectivamente os utentes puderem escolher qual o prestador a que querem mais directamente estar associados - que terá melhores condições para criar a melhor relação custo benefício-, cria-se uma dinâmica de crescimento da eficiência do sector”, considera.

A ideia é melhorar a eficácia e qualidade, o que, admite este especialista, pode passar por uma lista. “Poderemos ter um ‘ranking’. Deveremos ter, acima de tudo, boa informação sobre a qualidade e o custo sobre os serviços que cada unidade presta.”

O estudo defende também o financiamento por capitação, ou seja, cada unidade recebe um valor por cada utente inscrito e de acordo com a perspectiva de gastos. São, para isso, necessários gestores nas unidades de saúde. 

O estudo aconselha mais informação para apoiar a decisão dos utentes e aposta na identificação de áreas prioritárias para a inovação, como refere Álvaro Almeida, professor da faculdade de Economia do Porto. “Agrupando o sector de investigação, a academia, os investigadores, agrupando a indústria e a prestação dos cuidados de saúde, nomeadamente à volta dos tais centros de elevada diferenciação, ou seja, criando pólos altamente especializados que permitam reunir essas competências e tornar cada um desses projectos, projectos de primeira linha a nível internacional.”

O objectivo é captar mais doentes estrangeiros e reforçar a saúde como um motor de desenvolvimento económico e social do país.

São dados do estudo “Sector da Saúde – da racionalização à excelência” encomendado pela associação Health Cluster Portugal, e que já foi encaminhado para o gabinete do ministro da Saúde, Paulo Macedo.