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Ver televisão várias horas por dia pode provocar comportamento anti-social

19 fev, 2013

Estudo de universidade neozelandesa demonstra que "o risco de um jovem adulto ser condenado pela justiça aumenta cerca de 30% por cada hora passada a ver televisão”.

As crianças que vêem televisão várias horas por dia correm um maior risco de ter um comportamento anti-social quando adultos, segundo um estudo neozelandês publicado na revista norte-americana "Pediatrics".

Conduzido por uma equipa da universidade neozelandesa de Otago, o estudo seguiu um milhar de crianças nascidas em 1972 e 1973 e fez o levantamento durante 10 anos - dos cinco aos 15 - do tempo que passavam diante do televisor.

Posteriormente analisou a sua situação, como jovens adultos (26 anos), e assinalou uma forte correlação entre o tempo passado a ver televisão quando eram crianças e o comportamento agressivo ou anti-social na idade adulta.

"O risco de um jovem adulto ser condenado pela justiça aumenta cerca de 30% por cada hora passada a ver televisão, em média, a cada noite da semana", declarou Bob Hancox, co-autor do estudo, citado pela agência France Presse.

A correlação é significativa mesmo tendo em conta parâmetros como o meio social da criança e o seu nível de inteligência.

"Não dizemos que a televisão é a causa de todos os comportamentos anti-sociais, mas o que constatámos sugere que reduzir o tempo de televisão poderá ajudar a reduzir os comportamentos anti-sociais na nossa sociedade", adiantou o professor Hancox.

A explicação sugerida pelo estudo é a de que as crianças aprendem o comportamento anti-social através dos programas televisivos, o que leva a uma perda de sensibilidade emocional e ao desenvolvimento de um comportamento agressivo.

Além do conteúdo, tem peso o isolamento social das crianças que passam horas diante da televisão em vez de interagirem com outras pessoas, precisa o estudo.

Passar muito tempo diante do ecrã pode levar a "relações sociais reduzidas, a resultados escolares mais baixos e a um maior risco de desemprego", notam os investigadores.

Bob Hancox sublinhou que as pessoas estudadas cresceram numa época em que dominava a televisão, defendendo a necessidade de novas investigações para analisar a situação com a proliferação de ecrãs.