Portugal participa em inquérito sobre discriminação de pessoas com HIV
19 fev, 2013 • Filomena Barros
Trata-se de um projecto integrado no programa da ONUSIDA. “As pessoas vivem com grande ansiedade de serem expostas e depois virem a ser discriminadas”, revela especialista da associação SER +. Conclusões são apresentadas em Junho.
Vai ser realizado, pela primeira vez em Portugal, o projecto de investigação internacional Stigma Index, um inquérito para avaliar as causas e dimensões da discriminação de que são alvo as pessoas portadoras do vírus da SIDA.
O projecto foi criado à luz do plano da Organização das Nações Unidas ONUSIDA, que estabelece, até 2015, o objectivo de zero mortes, zero novas infecções e zero discriminações de pessoas seropositivas.
“O problema da exposição é grave em Portugal”, reconhece Pedro Silvério Marques, dirigente do centro anti-discriminação da SER +, associação portuguesa para a prevenção e desafio da SIDA.
“Basta saber que, em 30 anos de infecção, conta-se pelos dedos de uma mão o número de pessoas que publicamente assumiram que eram seropositivas. É um problema que as pessoas vivem com grande ansiedade”, acrescenta, em declarações à Renascença.
A SER + é uma das entidades que participa no inquérito, que conta também com a colaboração de 16 hospitais do Grande Porto, Grande Lisboa, Setúbal e Faro e outras nove organizações não-governamentais.
A discriminação é uma realidade que se sabe que existe, mas de cujas causas apenas se tem uma ideia, de acordo com as queixas apresentadas.
O lançamento do projecto de investigação internacional acontece esta terça-feira de manhã, em Cascais. As conclusões nacionais vão ser conhecidas até ao final de Junho.