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Termas podem ser boa aposta. Associação pede reconhecimento ao Governo

06 dez, 2012

Trazer mais pessoas, portuguesas e estrangeiras, para as Termas, incentivando assim também o turismo, é o principal objectivo da associação que representa o sector. "Consideramos que o turismo de saúde e bem-estar é uma das áreas com potencial em Portugal”.

Após uma década de requalificação do parque termal português, a Associação das Termas de Portugal quer reforçar a promoção nos mercados interno e externo e apela ao "reconhecimento do termalismo em Portugal" pelo Ministério da Saúde.

É "muito importante que se clarifique o reconhecimento do termalismo em Portugal, desde logo pela tutela", defende a presidente da associação, Teresa Vieira, até porque, adianta, a nova directiva europeia (2011/24/UE) sobre cuidados de saúde transfronteiriços vai "favorecer a internacionalização", ao permitir a qualquer cidadão da União Europeia realize os seus tratamentos em países que tenham sistemas de reembolso no termalismo.

Portugal fica de fora da corrida, se não forem repostas as comparticipações públicas nesta área, avisa a responsável, que admite querer promover o termalismo dentro de portas e no estrangeiro.

Como mercados prioritários ao nível internacional, Teresa Vieira aponta o alemão, o espanhol (pela proximidade) e os países oficiais de língua oficial portuguesa (PALOP). Actualmente, mais de 95% dos utentes termais são portugueses.

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) deixou de comparticipar os tratamentos termais em 2011, o que se reflectiu numa quebra de 10% da procura nesse ano.

"Não é que nem a comparticipação, nem o impacto no orçamento da saúde fosse muito grande (rondava os 500 milhões de euros por ano), mas o facto é que teve efeito nos nossos públicos tradicionais de termas e, sobretudo, teve um efeito psicológico pejorativo, porque deu a imagem de que a nossa saúde não olha para o termalismo como uma prática importante e com eficiência clínica", explica a presidente da associação das Termas de Portugal.

Numa "perspectiva de atracção de investimento estrangeiro", Teresa Vieira destaca que "será um bocadinho difícil convencer um investidor estrangeiro a investir em Portugal quando o próprio proprietário deste recurso não o reconhece quando chega a altura de o ver como uma alternativa terapêutica".

A associação do sector defende ainda que “o turismo de saúde e bem-estar é uma das áreas com potencial em Portugal e com uma forte possibilidade de quebra de sazonalidade”, pelo que “as entidades responsáveis pelo sector – Direcção-Geral de Geologia e Energia, Direcção-Geral de Saúde e Turismo de Portugal – têm de criar sinergias e olhar para o impacto que as termas têm na quebra das assimetrias e no desenvolvimento das zonas de interior".

“Comparando com outros produtos turísticos estratégicos, claramente o termalismo não tem tido nem o destaque, nem o apoio que se justificam face ao seu posicionamento", lamenta a responsável.

Esta quinta-feira, decorre nas Termas de São Pedro do Sul o seminário "Turismo de Saúde e Bem-Estar: Oportunidades nos mercados internacionais".