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Saúde

AVC mata dois portugueses por hora

30 mar, 2011

Mortes estão a diminuir em Portugal, mas o país ainda tem a taxa a mais alta da Europa. A doença é responsável por mais de 25 mil internamentos por ano.   

As mortes por Acidente Vascular Cerebral (AVC) estão a diminuir, mas Portugal continua a ter a incidência mais alta da União Europeia. Por hora, morrem dois portugueses devido a esta doença "prevenível e tratável", alertam especialistas na véspera do Dia Nacional do Doente com AVC.

"A situação tem vindo a melhorar em Portugal, mas continuamos a ter uma incidência muito alta, a mais alta da União Europeia", disse o presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia (FPC).

Como razões para esta melhoria, Manuel Carrageta aponta o "maior controlo da hipertensão arterial, uma acção muito meritória dos médicos de família" e a redução do consumo de sal para o qual contribuiu a legislação que obrigou à diminuição deste condimento no pão, "uma medida de grande alcance na saúde pública".

"Até há pouco tempo, um em cada quatro portugueses morria de AVC. Neste momento, é um em cada cinco, mas ainda é um número muito elevado", realçou.


AVC acontece muitas vezes em situações de preocupação
Para o presidente da Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC), os portugueses estão mais atentos: "Hoje as pessoas falam mais, sabem o que é e temem-no porque continua a ser a primeira causa de morte e de incapacidade em Portugal", apesar de "haver progressos na taxa de mortalidade".

"É preciso que a população saiba que ainda é uma catástrofe, mas é uma catástrofe prevenível e tratável", adiantou o neurologista, referindo que os números da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam para que uma em cada seis pessoas tenha um AVC ao longo da vida.

Castro Lopes adiantou que, apesar de ser uma doença "prevenível", continua a ter um "peso muito grande": "Além da taxa de mortalidade, sabemos que ao fim do primeiro mês cerca de 20% dos doentes falecem e ao fim de um ano 30% dos sobreviventes ainda podem morrer". Por outro lado, acrescentou, cerca de metade dos que sofrem um AVC ficam com alguma incapacidade para as actividades da vida diária.

"O AVC acontece muitas vezes em situações de preocupação com a vida diária, como um choque emocional ou uma preocupação grande familiar", disse Castro Lopes, acrescentando que "uma vida económica equilibrada é muito importante para uma boa sanidade mental".