09 out, 2012 • Dora Pires
Um estudo da Sociedade de Enfermagem de Saúde Mental ouviu mais de mil estudantes e conclui que mais de metade não tem esperança no futuro. A maioria também confessa que se sentiu sozinho no último mês e vive sob pressão.
O documento revela que quase 10% dos alunos já pensaram em acabar com a vida. Neste estado de espírito, álcool e medicamentos são o "alívio" mais procurado e tomados regularmente.
"Os tranquilizantes são essencialmente utilizados para combater a ansiedade e como o estudante está sem redes de suporte no ensino superior, o que é mais fácil é recorrer ao fármaco”, diz Carlos Sequeira, da Sociedade de Enfermagem de Saúde Mental.
Carlos Sequeira acrescenta que as causas de ansiedade são várias, mas o mais difícil parece ser lidar com os outros e com o futuro.
"Progressivamente, as pessoas estão cada vez menos habituadas a lidar com a pessoa. As relações sociais estão mais debilitadas, fruto da utilização excessiva da internet e do telemóvel. Depois, há a questão das expectativas de que um curso superior era quase a garantia de um trabalho e, hoje em dia, estas expectativas vão todas por água abaixo."
Este estudo, que abrangeu universitários de todo o país, vai ser divulgado esta quarta-feira no Porto, em pleno dia da saúde mental.