Deco considera "injustificável" utilização de fosfatos no bacalhau
27 set, 2012
Associação lembra que a razão avançada para o uso da substância - branquear o peixe -, não se justifica em Portugal, já que o consumidor "não procura uma cor mais pálida".
A associação de consumidores Deco está contra a introdução de fosfatos no bacalhau, considerando que "é dispensável" e pode afectar o sabor, aspecto e textura do peixe vendido em Portugal.
A decisão da União Europeia sobre a utilização destes aditivos alimentares no bacalhau de salga húmida (cura tradicional) esteve agendada para meados deste mês, mas foi adiada depois da Associação dos Industriais do Bacalhau e do Governo português intensificarem a pressão sobre Bruxelas para minimizar os efeitos desta alteração legislativa sobre a indústria portuguesa.
Num comunicado divulgado na Internet, a Deco assinala que a medida "vai contra os princípios de utilização de aditivos previstos na regulamentação comunitária" e "não traz vantagens para o consumidor".
"Não nos revemos nesta proposta e consideramos inaceitável um voto favorável à adição de fosfatos", sublinha a associação acrescentando que se a medida avançar e afectar os produtos vendidos em Portugal pode afectar "características organolépticas, como aspecto, textura e paladar".
Sublinha ainda que a razão avançada para o uso de fosfatos, branquear o peixe, não se justifica em Portugal, já que o consumidor "não procura uma cor mais pálida".
Para a DECO, a adição de fosfatos ao pescado é dispensável e pode até ser enganosa por permitir reter água de modo artificial, o que é facilmente comprovável em produtos como a lula e o polvo congelados que "encolhem" depois de cozinhados. O mesmo não deve acontecer com o bacalhau salgado seco, cuja humidade é limitada por lei.