Tempo
|

Faça as pazes consigo e coma. "É a melhor maneira" de emagrecer

17 ago, 2012 • Marta Grosso

Kimberly Willis escreveu "O Pequeno Livro que Emagrece". Especialista em perda de peso, defende que só é possível emagrecer depois de se fazer as pazes com o corpo.

Faça as pazes consigo e coma. "É a melhor maneira" de emagrecer

Porque a maioria das pessoas que anda de dieta em dieta à espera de emagrecer "é infeliz", a britânica Kimberly Willis decidiu escrever um livro onde ensina a fazer as pazes com o corpo e, assim, a perder peso de uma maneira duradoura.

Citando o psicólogo norte-americano Carl Rogers, a autora escreve que "o curioso paradoxo é que, quando finalmente me aceito tal como sou, consigo mudar". Por isso, aconselha Kimberly Willis, "olhe-se ao espelho", "veja-se como é" e "não se foque só nos aspectos negativos".

"Você pode mudar e merece", sublinha a britânica, especialista em perda de peso. "Você é importante. Se é importante, merece reservar tempo para fazer exercício físico", prossegue a autora de "O Pequeno Livro que Emagrece".

"Especialmente quando temos filhos e trabalho, o tempo gasto connosco é colocado muito em baixo na lista. Mas é importante recordar que somos importantes e que, se não somos saudáveis e felizes, não vamos estar cá para as pessoas que amamos. Não é egoísmo, é uma coisa boa", sublinha a autora à Renascença.

"Além disso, os nossos filhos aprendem com os nossos actos e se nos virem a exercitar, felizes e a cuidar de nós, aprendem isso, pelo que também é bom", sustenta.

Se tem fome, coma
Kimberly Willis chama a atenção para a necessidade de respeitar o corpo. Se tem fome, "é melhor comer".

"Ignorar sintomas de fome física ao ponto de ficar esfomeada faz com que o seu metabolismo abrande, porque o corpo julga que vai passar fome e tem de poupar energia", começa por escrever a britânica no "Pequeno Livro que Emagrece".

"Depois, quando finalmente se alimenta, o seu corpo teme não receber mais alimento além desse e armazena-o como reserva (na sua barriga e rabo!) e fá-la comer uma dose extra para prevenir uma fome futura", precisa a autora.

Kimberly Willis sublinha que existem dois tipos de fome: a fome física (a verdadeira, à qual deve prestar atenção) e a fome emocional (que surge mesmo quando acabou de comer e se revela por ânsias alimentares, normalmente pelo consumo de alimentos ricos em açúcar).

Para dominar a fome emocional, a autora sugere algumas técnicas e exercícios, que a ajudam a acalmar e a centrar-se no importante: "você mesma" e "o seu corpo".

"Se fez dietas durante vários anos, quase se tornou um ser separado do seu corpo, ignora o seu corpo, é capaz de dizer que o odeia e não vê como está de verdade. Parte de perder peso é escutar o corpo. Pode mesmo ajudar a recuperar o equilíbrio", afirma Kimberly Willis à Renascença.

É por isso que não encontra planos de dieta no "Pequeno Livro que Emagrece” – apenas orientações para que faça as pazes consigo própria e, desse modo, coma melhor, emagrecendo.

"Muitas vezes, os meus clientes entram sentindo-se tristes, angustiados, a sentir que falharam mais uma dieta. Já tentaram tudo. Eu não me foco em dizer-lhes o que não devem comer - não proíbo alimentos", refere.

Alimentos que nos ajudam a sentir bem
Há alimentos que estimulam a produção de serotonina (químico responsável pelo bem-estar) no cérebro. "É o caso de alguns hidratos de carbono – dos bons, como pão e arroz integral. É por isso que pessoas que consomem poucos hidratos de carbono se podem sentir deprimidas: porque afecta a sua química do cérebro", explica a especialista.

Além disso, "alimentos como ovos, peru e amêndoas – há vários com elevados níveis de triptofano – devem estar na nossa dieta, porque nos ajudam a sentir melhor", adianta.

E tenha atenção: o aspartame, aditivo alimentar utilizado para substituir o açúcar nos produtos "magros", baixa o nível de serotonina.