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SIDA matou mais de 7.800 pessoas em Portugal

01 ago, 2012

Dados do Instituto Ricardo Jorge são referentes às últimas três décadas.

Mais de 7.800 pessoas infectadas pelo vírus VIH/SIDA morreram nas últimas três décadas, em Portugal, sendo metade dos casos relativos a toxicodependentes, revela um relatório do Instituto Ricardo Jorge. 
 
De acordo com documento divulgado esta semana sobre a situação da infecção VIH/ SIDA em Portugal, entre Janeiro de 1983 e 31 de Dezembro do ano passado morreram 7.856 pessoas. O documento mostra ainda que, até ao passado dia 31 de Dezembro de 2011 estavam notificados 41.035 casos de VIH/ SIDA, nos diferentes estádios de infecção, sendo 16.880 de SIDA. 
 
Numa análise aos grupos e comportamentos de risco, percebe-se que metade dos óbitos (3.942) dizia respeito a toxicodependentes. A transmissão entre heterossexuais surge em segundo lugar, com 2.298 situações de morte registadas (29.3%), e em terceiro lugar aparecem os homossexuais e bissexuais, com 1.106 casos (14.1%).  
 
Ao longo destes 29 anos, morreram ainda 94 pessoas transfusionadas e 51 hemofílicos. A transmissão de mãe para filho levou à morte de 35 crianças, que representam 0,4% dos casos registados desde 1983. 
 
Ao longo de quase três décadas, foram diagnosticados vírus em 51 bebés até aos 11 meses, 32 crianças entre os um e os quatro anos e a 26 crianças entre os cinco e os nove anos de idade. No ano passado não foi registado nenhum caso nestas faixas etárias. 
 
Entre os jovens, registaram-se 187 casos desde 1983: 15 casos entre jovens com 13 e 14 anos e 172 casos em adolescentes entre os 15 e os 19 anos. 
 
É entre os adultos que são notificadas mais infecções: duas em cada três pessoas com SIDA (67%) tinham entre os 25 e os 44 anos quando foi diagnosticado o vírus (17,5% tinha entre 25 e 29 anos; 20,1% entre 30 e 34 anos; 17,2% entre 35 e 39 anos e, finalmente, 12,2% entre os 40 e os 44 anos de idades).
 
Nas restantes idades, os casos não chegam a representar percentagens com mais de um dígito. Por exemplo, entre os 20 e os 24 anos foram notificadas 1.269 pessoas, o que corresponde a 7,5% do total. 
 
Em Portugal, oito em cada dez infectados são homens. As mulheres representam apenas 19,1% dos casos. 
 
Entre 1983 e 2011 foram detectados 16.880 casos. Nos primeiros 16 anos, o número de casos diagnosticados veio sempre a subir, começando com apenas um (em 1983) até atingir um máximo de 1.170 casos em 1999. Em 2000, começou a verificar-se uma curva descendente até 2011, ano em que foram notificados 303 casos.  
 
Olhando para os grupos etários percebe-se que todos os anos vai havendo uma redução de casos, à excepção das pessoas entre os 40 e os 44 anos, com valores que sobem num ano, mas descem no seguinte: em 2000 foram diagnosticadas 121 pessoas, em 2001 subiu para 134, em 2002 desceu para 121, em 2003 voltou a subir para 143, em 2004 a descer para 113, em 2005 atingiu os 140 e assim continuou até ao ano passado, altura em que foram notificados 60 casos.
 
Só no ano passado foram diagnosticados mais de 900 casos de infecção pelo vírus VIH/sida, 60% (608) entre heterossexuais e 26% (258) entre homo ou bissexuais. Foram ainda diagnosticados 95 casos em toxicodependentes, o que corresponde a menos de 10% do total.