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Farmacêuticos dizem aos médicos como receitar melhor e mais barato

11 abr, 2012

Propostas "não substituem a imprescindível avaliação médica”, refere a Ordem. Anti-hipertensores são os medicamentos mais caros para o Serviço Nacional de Saúde. Seguem-se os psicofármacos e os antidiabéticos.

Farmacêuticos dizem aos médicos como receitar melhor e mais barato
A Ordem dos Farmacêuticos fez uma lista com os dez grupos fármaco-terapêuticos que mais despesa causam e definiu Normas de Orientação Terapêutica (NOT) para os médicos escolherem o fármaco melhor e mais barato.

As sugestões são apresentadas esta quarta-feira em Lisboa pelo bastonário Carlos Barbosa e "não substituem, não podem substituir, a imprescindível avaliação médica, nem constituem, para o médico, a única abordagem possível em cada caso", refere o documento da Ordem.

"Estas normas constituem uma orientação que se pretende clara, prática, objectiva, sucinta e hierarquizada, para apoiar os prescritores na gestão dos doentes abrangidos pelos quadros clínicos identificados", esclarece ainda.

O grupo de trabalho responsável pela proposta – coordenado pela professora Margarida Caramona, da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra – começou por elaborar uma lista com os medicamentos mais dispendiosos para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Os anti-hipertensores encabeçam a lista, seguidos dos psicofármacos, antidiabéticos, antiácidos e antiulcerosos, antidislipidémicos, anticoagulantes e antitrombóticos, antibacterianos, anti-inflamatórios não esteróides, antiasmáticos e broncodilatadores e medicamentos que actuam no osso e no metabolismo do cálcio.

"Para cada grupo terapêutico em análise foram elaboradas NOT, consoante as patologias mais comuns para as quais o grupo terapêutico tem indicação", lê-se no documento.

A maioria das normas termina na "indicação de um grupo terapêutico e, nas situações em que se justifica, chegam até à identificação de uma Denominação Comum Internacional (DCI)".

Sempre que uma NOT oriente para dois ou mais grupos terapêuticos ou substâncias activas, e se a opção for indiferente do ponto de vista clínico, a escolha deve ser a que for economicamente mais vantajosa", prossegue o documento.

Na proposta hoje apresentada pode consultar-se a evolução da despesa pública com medicamentos no mercado ambulatório e o seu peso no Produto Interno Bruto (PIB), entre 2005 e 2010, com previsão para 2011 e 2012. O documento já foi apresentado ao ministro da Saúde, Paulo Macedo.