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Paulo Macedo quer reavaliar a necessidade do banco de células estaminais

01 fev, 2012 • Dora Pires

Nos dois últimos anos foram feitos no máximo 14 transplantes.

O Ministério da Saúde tem dúvidas sobre o futuro do banco público de células estaminais, que recolhe o sangue do cordão umbilical de recém-nascidos.

O ministro Paulo Macedo diz que gostaria de manter aberto o banco público, gratuito, mas é preciso reavaliar as condições do seu funcionamento e também se o número de utilizações justifica esta estrutura.

“Será necessário avaliar a verdadeira valia desse centro e relembro que nos dois últimos anos foram feitos seis ou sete transplantes por ano, por isso é essa a utilização”, explica Paulo Macedo.

“Temos de estar certos que, em termos de segurança, as células que la estão, estão em condições. Vai-se fazer uma reavaliação, mas para já nenhum fecho [do centro] ”, acrescentou.

O ministro garante entretanto que foram reconduzidas as duas funcionárias cujos contratos espiravam ontem e cuja ausência poderia inviabilizar o funcionamento do banco público de células estaminais.

Ouvida pela Renascença, Helena Alves, responsável por este banco criado há dois anos e meio, afirma que com a falta de meios que existe não é possível fazer mais e recorda que além da utilização em transplantes, o centro também faz investigação para uso futuro das células estaminais.

“Nós não entrámos no comboio nesta fase e se nos deixarmos ficar para trás não vai ser depois, quando este conhecimento estiver na posse de privados e de grupos que patenteiam as suas descobertas e que têm já direito sobre os trabalho, que enquanto país cada vez mais pobre, vamos ter dinheiro para tratar dos nos doentes, seja de enfartes, alzheimer, paralisias ou diabetes”, defende Helena Alves.

A responsável assegura, por outro, lado a total segurança das amostras usadas e desafia a equipa da saúde a visitar o banco português e a compará-lo com as unidades estrangeiras de onde se importam amostras.

Horas extra mantêm estatuto remuneratório
Na polémica sobre o pagamento de horas extraordinárias aos médicos, o Sindicato Independente dos Médicos alega que com uma nova circular, o Ministério voltou atrás e minimizou os impactos dos cortes previstos no Orçamento de Estado.

Hoje no Parlamento o secretário de Estado da Saúde teve dificuldade em explicar a mudança. Manuel Teixeira defende que há apenas uma clarificação da lei, mas confirma que os profissionais mantêm um estatuto remuneratório melhor que o da restante função pública, o que se reflecte no valor a pagar pelo trabalho extraordinário.