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Hospitais de Lisboa vão perder 400 camas

31 jan, 2012 • Joana Bénard da Costa

O presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo sustenta, em declarações à Renascença, que o número de camas existentes é suficiente.

Hospitais de Lisboa vão perder 400 camas
Os hospitais da área metropolitana de Lisboa vão perder 400 camas. É o resultado da abertura do Hospital de Loures, que começou a funcionar parcialmente há cerca de uma semana.

O anúncio foi feito ao início da tarde pelo presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo, Cunha Ribeiro.

“A razão pela qual se têm de fechar 400 camas é pela mesma razão por que foram abertas agora 400 camas. O número de camas existentes na região metropolitana é suficiente”, assegurou Cunha Ribeiro, em declarações à Renascença

“O que se ofereceu à população foi um novo hospital, o Beatriz Ângelo, com 400 e tal camas e obviamente ao introduzir nesta área novas camas, há velhas que têm de ser encerradas”, justifica o administrador.

O presidente da ARS de Lisboa e Vale do Tejo diz que o trabalho de reorganização dos hospitais já começou e terá de produzir resultados nos próximos três meses.

O trabalho de reorganização, diz Cunha Ribeiro, “tem de ser feito longe dos focos da ribalta, com os conselhos de administração. Não há alternativa. Loures é um novo sector dos serviços de saúde na área da Grande Lisboa, que tem que ter repercussão no conjunto”.

Administrador garante resposta ao problema dos médicos de família
Na área dos cuidados de saúde primários, Cunha Ribeiro acredita que vai ser possível dar uma resposta “quase cabal” ao problema dos utentes sem médico de família.

A limpeza dos ficheiros e uma nova engenharia das listas de utentes dos médicos vão ser as principais armas: “A limpeza e optimização das listas dos médicos vão, por si só, ter um importante impacto no número de utentes com médico de família”, garante.

“Vamos esperar para ter não palavras, mas resultados”, disse ainda Cunha Ribeiro.

Cunha Ribeiro adianta que vai propor ao ministro da Saúde a redução de 22 para 12 os actuais agrupamentos de centros de saúde da região de Lisboa e Vale do Tejo. O objectivo é criar sinergias e massa crítica nas entidades que governam os centros de saúde.

Com um orçamento de menos 150 milhões de euros em comparação com o ano passado, o presidente da ARS de Lisboa defende ainda que o Serviço Nacional de Saúde tem de aproveitar a capacidade instalada, nomeadamente a nível das análises clínicas.

“Comparado com o ano anterior, temos de fazer uma redução de cerca de 150 milhões de euros. Isto tem de ter um impacto mínimo a nível das pessoas, vamos ter que utilizar a poupança necessário diminuindo o desperdício, maximizando aquilo que temos hoje, não comprando fora aquilo que podemos fazer dentro”, explicou, à margem de um encontro da Associação Portuguesa de Engenharia e Gestão da Saúde, em Loures.