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Dieta mediterrânica benéfica contra cancro da mama e da pele

23 jan, 2012

Compostos antioxidantes, com efeito preventivo, estão presentes em produtos como o azeite, vinho tinto, frutos frescos - nomeadamente os vermelhos -, legumes e cereais.

Dieta mediterrânica benéfica contra cancro da mama e da pele
Uma equipa internacional de investigadores, coordenada por uma portuguesa, identificou em produtos da dieta mediterrânica compostos antioxidantes com maior capacidade de prevenção de cancros da mama e da pele.

Os compostos antioxidantes com efeito preventivo estão presentes em produtos como o azeite, vinho tinto, frutos frescos (nomeadamente os vermelhos), legumes e cereais, entre outros, disse hoje à Lusa Maria Paula Marques, da Universidade de Coimbra (UC), que coordena a equipa de investigadores.

A ligação directa entre o consumo da dieta mediterrânica e uma menor incidência de vários tipos de cancro e de doenças cardiovasculares era já conhecida, mas não os compostos com maior capacidade de eliminação de radicais livres nocivos (antioxidantes) e por que motivo têm essa função.

Uma das conclusões importantes a que os investigadores chegaram é que as dosagens desses antioxidantes consumidas são determinantes na luta contra os agentes capazes de provocar doenças, sendo, a partir de certa concentração, até nocivos.

Os compostos antioxidantes, se forem consumidos em doses elevadas, "podem ser pró-oxidantes nocivos", afirma a investigadora, alertando para a existência no mercado de vários "aditivos alimentares, de venda livre, e de produtos alimentares enriquecidos,que raramente contêm a indicação da dosagem daqueles compostos."

Ao conseguirem determinar as dosagens benéficas e as danosas, que podem diferir de composto para composto, os investigadores alertam para a "urgência em serem criadas normas reguladoras da utilização de aditivos alimentares, tal como acontece com para os medicamentos."

"Se consumidos indiscriminadamente, estes e outros produtos de venda livre, incluindo os cosméticos ditos naturais, podem ter efeitos indesejáveis, ao não especificarem a dosagem de antioxidantes presentes", insiste a coordenadora do estudo.

Os resultados da investigação, iniciada há oito anos, permitem fornecer informação muito específica, ao identificar os compostos que melhor combatem o stress oxidativo e contribuir para a compreensão, a nível molecular, desta actividade antioxidante, "auxiliando assim as indústrias alimentar e de cosmética a desenvolver produtos mais eficazes."

O estudo multidisciplinar da UC teve a colaboração de investigadores do Rutherford Appleton Laboratory (Oxford, Reino Unido), da Faculdade de Ciências do Porto e do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Coimbra.