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Especialista considera que "encontro sobre células estaminais adultas foi revolucionário"

11 nov, 2011

A Santa Sé organizou esta conferência para divulgar e explorar as vantagens das terapias com células estaminais adultas por oposição às células estaminais embrionárias.

Robin Smith, presidente da fundação Stem For Life e directora da empresa NeoStem, que em conjunto com o Vaticano organizaram a conferência sobre células estaminais que hoje termina em Roma, considera que se tratou de três dias revolucionários, dedicados a um tema que cada vez mais pessoas consideram fundamental.

“Cada vez mais vemos dados que confirmam a importância e as vantagens da terapia das células estaminais adultas para o futuro. Quanto mais dados tivermos, mais as pessoas vão perceber a importância de levar esta tecnologia dos laboratórios para as clínicas”, explica Robin Smith, em entrevista à Rádio Vaticano.

A Santa Sé organizou esta conferência para divulgar e explorar as vantagens das terapias com células estaminais adultas por oposição às células estaminais embrionárias, cuja recolha implica sempre a destruição de embriões humanos e é fortemente condenada pela Igreja.

As células estaminais têm a capacidade de se transformar em qualquer tipo de célula do corpo, tendo por isso um grande potencial no tratamento de vários tipos de doenças, incluindo degenerativas que até agora não têm cura.

As células estaminais adultas podem ser colhidas, por exemplo, da medula espinal, da placenta e do cordão umbilical sem causar qualquer dano.

Para Robin Smith o mais interessante tem sido os testemunhos de doentes que beneficiaram destes tratamentos, por enquanto experimentais: “Doentes que sofriam de leucemia, de esclerose múltipla e outras doenças mortíferas, a quem por vezes os médicos deram apenas três a cinco meses de vida, regressaram ao normal após tratamentos com células estaminais adultas”, explicou.

Um dos participantes no encontro é um cientista que começou a trabalhar com células embrionárias, mas que acabou por mudar para células adultas.

“Foi interessante. Não sabíamos bem do que é que ia falar, mas o que ele disse foi que começaram por usar células embrionárias mas levantaram-se questões e acabaram por mudar para células pluripotentes induzidas”, conta Robin Smith, referindo-se a células somáticas do próprio doente que são artificialmente induzidas a assumir as características de células estaminais.

“É disto que estamos a falar. Muitas pessoas começaram por fazer descobertas com células embrionárias, mas, à medida que a ciência progride, os avanços a que estamos a assistir com as células adultas permitem reconhecer as vantagens em termos de segurança e também ética de usar estas tecnologias”, esclarece Robin Smith.