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Estudo

Complementos vitamínicos são inúteis ou mesmo perigosos

11 out, 2011

O estudo analisou apenas mulheres e as descobertas “reforçam a convicção” dos médicos de que o consumo preventivo de complementos não é desejável, "sobretudo quando se trata de uma população bem alimentada".

Complementos vitamínicos são inúteis ou mesmo perigosos
Os complementos vitamínicos são inúteis para a maioria das pessoas e alguns podem mesmo acarretar risco de vida para mulheres mais velhas, revela um estudo publicado ontem nos Estados Unidos.

"Descobrimos que diversos complementos vitaminados ou minerais frequentemente utilizados, como os produtos multivitaminados, as vitaminas B6, ácido fólico, ferro, magnésio, zinco e cobre, estão relacionados com riscos mais elevados de mortalidade", dizem os autores da investigação dos “Archives of Internal Medecine”, uma publicação da Associação Médica Americana.

Os complementos de ferro figuram entre os que mais preocupam os investigadores, pois aparece "fortemente" ligado ao aumento da mortalidade, em função das doses absorvidas. Os autores notam, no entanto, que não têm condições para determinar se as razões que levaram as mulheres alvo do estudo a absorver ferro podem explicar o aumento da taxa de mortalidade e adiantam que são necessárias mais investigações.

O cálcio, em contrapartida, esteve ligado a uma redução da mortalidade.

Estas descobertas "reforçam a [nossa] convicção de que certos complementos antioxidantes, como a vitamina E, e vitamina A ou de betacaroteno podem ser perigosos", referem os médicos num comentário que acompanha o estudo, adiantando que não recomendam o consumo preventivo de tais complementos, "sobretudo quando se trata de uma população bem alimentada".

O estudo foi realizado no estado de Iowa, no centro dos Estados Unidos, através de questionários preenchidos por 38.772 mulheres com uma idade média de 62 anos.

Depois de consumirem complementos vitamínicos em 1986, 1997 e 2004, a taxa de mortalidade passou de 66% em 1986 para 85% em 2004.

Cerca de metade da população norte-americana toma complementos vitamínicos, o que representam um mercado de 20 mil milhões de dólares (14,6 mil milhões de euros).