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Médicos apelam ao Governo para que não reduza o tempo de formação

28 jul, 2015

Secretário de Estado da Saúde anuncia portaria que elimina, a partir de 2017, o ano comum, o período de tempo durante o qual os futuros médicos passam por vários serviços.

Médicos apelam ao Governo para que não reduza o tempo de formação
O bastonário da Ordem dos Médicos apela ao Governo para que não reduza o tempo de formação dos clínicos.

O pedido de José Manuel Silva surge na sequência de uma do secretário de Estado da Saúde ao “Diário Económico”, em que Leal da Costa revela a publicação de uma portaria que elimina, a partir de 2017, o ano comum, o período de tempo durante o qual os futuros médicos passam por vários serviços.

O bastonário defende que o ano comum é essencial para melhor habilitar os jovens médicos. “O ano comum é essencial para possibilitar os jovens médicos de desenvolverem melhor as suas competências pratica e a sua relação com o doente, e é um ano de transição entre os anos universitários e o exercício clínico com autonomia.”

“A complexidade, exigência e sensibilidade da medicina tem aumentado progressivamente. Se alterássemos o tempo seria para o aumentar. Porque na medicina não se poder errar, e quando há um erro, quem sofre é o doente", reforça.

José Manuel Silva acrescenta que a complexidade da medicina até deveria fazer ao aumentar o tempo de formação e defende por outro lado que não faz sentido aumentar os “numerus clausus”.

“Nós estamos a formar um número de médicos muito acima das necessidades actuais e futuras do país. O Governo não apostou nos cuidados de saúde primários. Temos suficientes médicos para dar um médico de família a todos os portugueses", garante José Manuel Silva, sublinhando que é "por força da emigração, de fugas para o sector privado e de reformas antecipadas" que existem portugueses sem médicos de família. "Se o Ministério contratasse os reformados, podia amanhã dar um médico de família a todos os portugueses”, garante o bastonário.

A coligação PSD/CDS quer reduzir o tempo de formação dos clínicos e o secretário de Estado Leal da Costa expressou que acredita num entendimento com o PS para um pacto de regime nesta área. 
 
[notícia corrigida às 15h00]