29 jun, 2015
Uma nova caneta com adrenalina, usada em casos de reacção alérgica grave, estará à venda nas farmácias a partir de quarta-feira, uma medida que visa resolver as dificuldades no abastecimento com o único fármaco até agora disponível no mercado.
Até hoje, estava à venda no mercado o Anapen, uma seringa pré-cheia de adrenalina (epinefrina), que está inserida num dispositivo de injecção automática, que é usada no tratamento de emergência de reacções alérgicas graves ou de anafilaxia.
O abastecimento deste produto registou nos últimos tempos várias dificuldades.
Um responsável da distribuidora da Anapen (AMDPassos) explicou à Lusa que as dificuldades no abastecimento se deveram às alterações nas regras europeias, que obrigaram à mudança do Resumo das Características do Medicamento (RCM).
Uma dessas alterações foi a recomendação ao doente para este ter sempre consigo duas canetas, pois a seguir a uma crise e à administração da adrenalina, existe um forte risco de se registar um novo ataque.
As alterações do dossiê deste medicamento estão actualmente nas mãos do organismo que regula o sector, o Infarmed, acrescentou a mesma fonte, garantindo que o Anapen nunca deixou de estar no mercado, mas através de uma autorização excepcional e importado de França.
Este responsável acredita que, em Agosto, o processo estará concluído, altura em que deverão estar no mercado dois medicamentos, uma vez que o Infarmed anunciou esta segunda-feira que as farmácias vão disponibilizar, a partir de quarta-feira, o Epipen.
Trata-se, tal como o Anapen, de "um novo medicamento de emergência para as reacções alérgicas agudas que pode ser administrado pelo próprio doente".
O Epipen é vendido nas dosagens de 150 e de 300 microgramas, numa solução injectável em seringa pré-cheia.
"Este medicamento destina-se a ser usado como dispositivo de emergência para auto-administração de epinefrina (adrenalina), por pessoas sem formação médica nem treino de enfermagem, em situações cujo atendimento médico imediato não esteja disponível, de forma a evitar situações de risco de vida por choque anafilático", prossegue o comunicado do Infarmed.
Tanto o Anapen como o Epipen são medicamentos sujeitos a receita médica e comparticipados pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), custando cerca de 50 euros por seringa para o utente.
Em Portugal são vendidas anualmente menos de 7.000 seringas de Anapen.