A vacina Prevenar 13, que previne doenças como a meningite e a pneumonia, vai ser gratuita para as crianças nascidas a partir de 1 de Janeiro deste ano, passando a integrar o Programa Nacional de Vacinação, anunciou o ministro da Saúde, Paulo Macedo, no Parlamento.
O Ministério da Saúde revelou inicialmente, num comunicado divulgado esta quinta-feira, que a Prevenar 13 seria
gratuita para crianças nascidas a partir de 1 de Junho.
Horas depois, contactado pela
Renascença, o director-geral de Saúde, Francisco George,
referiu que ainda havia negociações em curso com a indústria farmacêutica o alargamento da comparticipação a todas as crianças nascidas em 2015, dependendo do número de vacinas necessárias.
Actualmente, a Prevenar pode ser comprada mediante receita médica e o seu custo total ronda os 300 euros, suportado até agora integralmente pelas famílias.
O Governo decidiu comparticipar em 15% a compra da vacina para qualquer outra criança ou adulto e administrar de forma gratuita 40 mil doses a grupos de risco, "nomeadamente os portadores do vírus VIH e de certas doenças pulmonares obstrutivas, além do cancro do pulmão", esclareceu a tutela em comunicado.
A medida vai custar ao Estado 2,5 milhões de euros só este ano, segundo a agência Lusa, que cita fonte do ministério.
A Prevenar 13 previne doenças provocadas pela bactéria pneumococo – como a pneumonia, meningite, otite e septicemia, entre outras – e eleva para 13 o número de vacinas incluídas no Plano Nacional de Vacinação.
"Com esta medida, vamos ganhar tendo menos casos de doenças provocadas pela bactéria pneumococo, vamos evitar internamentos, vamos evitar o uso de antibióticos e vamos poupar a vida a crianças que morreriam se a vacina não fosse incluída desta forma universal", disse Francisco George à
Renascença.
Esquerda quer mais
O tema dominou o debate parlamentar desta quinta-feira, com o Governo a enaltecer a medida e a oposição a pedir que mais crianças sejam abrangidas.
Para o PCP e o Bloco de Esquerda, é insuficiente dar a Prevenar de forma gratuita, no Plano de Vacinação, a crianças nascidas a partir de 1 de Janeiro deste ano.
"Continua a haver desigualdade", afirmou a deputada comunista Paula Santos, indicando não compreender a razão de incluir as crianças nascidas em 2015, mas não as de 2014 ou 2013.
Também a deputada do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, mostrou "dificuldade em compreender" a razão de incluir apenas as crianças nascidas a partir deste ano, pedindo ao Governo que possibilidade de abranger mais crianças.
Em resposta, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, disse que a Direcção-geral da Saúde e a Autoridade do Medicamento estão a analisar "se deve haver um outro tipo de transição" que envolva a vacinação de outras crianças nascidas antes de Janeiro de 2015.
[Notícia actualizada às 17h11]