Tempo
|

Porque se morre tanto de doenças respiratórias em Portugal?

04 mai, 2015 • Henrique Cunha

Organização Mundial de Saúde traçou meta de redução, mas em Portugal as mortes devido a doenças respiratórias aumentaram nos últimos 15 anos.

Porque se morre tanto de doenças respiratórias em Portugal?
Portugal não está a conseguir controlar as doenças respiratórias. Antes pelo contrário: são a terceira causa de mortalidade em Portugal, revela o relatório de 2014 do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias, apresentado esta segunda-feira.

As mortes devido a estas doenças aumentaram cerca de 30% em 15 anos, com a mortalidade por pneumonias a registar um crescimento superior a 50%.

A meta definida para este ano pela Organização Mundial de Saúde aponta para a necessidade de uma diminuição de 25% no número de mortes por doenças respiratórias.

"Não estamos a conseguir controlar bem a doença", constata o presidente da Fundação Portuguesa do Pulmão, Artur Teles Araújo, em declarações à Renascença.

O pneumologista elenca "vários factores determinantes", como o "envelhecimento da população" ("as pneumonias mais graves aparecem sobretudo nas pessoas mais idosas") e "algum atraso no diagnóstico de pneumonias graves e chegada dos doentes com atraso aos hospitais".

A estes factores soma-se "a existência de outras doenças crónicas – como a diabetes ou como as doenças cardiovasculares crónicas". São factores que "têm de ser analisados porque temos uma mortalidade muito superior à mortalidade dos outros países da Europa", diz.

A Fundação Portuguesa do Pulmão e a Universidade do Minho estão a estudar as causas destes números.

"Os estudos têm de ser múltiplos para caracterizar melhor a situação. Quando existe uma meta definida pela Organização Mundial de Saúde para este ano para diminuir em 25% as mortes por doenças respiratória, nós estamos a aumentar. Temos de inverter esta tendência que se tem vindo a verificar ao longo dos anos", diz Artur Teles Araújo.