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Casal autorizado a ter bebé com origem em embriões seleccionados

30 abr, 2015

É o primeiro caso em Portugal. A transferência de embriões foi feita há pouco tempo e ainda não se sabe se resultou em gravidez.

O Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida autorizou um casal a tentar ter um bebé com origem em embriões seleccionados em laboratório. A intenção é que seja dador de medula óssea compatível com a irmã, uma menina de cinco anos, que sofre de leucemia.

De acordo com o jornal “Público”, a transferência de embriões foi feita recentemente e ainda não se sabe se resultou em gravidez.

Para o Professor José Rueff Tavares, antigo membro do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida e especialista em genética, esta opção é compreensível, embora sublinha que ela levanta questões éticas, como a da instrumentalização de uma vida humana.

“Preocupa-me um pouco eticamente que se utilize o gerar uma nova vida com o fim de ser algo que está ao serviço de um bem - que é com certeza um bem muito grande, que é tratar um irmão doente - mas que, no fundo, foi gerado com essa finalidade instrumental de ser um meio terapêutico e não pelo valor intrínseco dessa vida humana”, diz o especialista à Renascença.

O “Público” diz ainda que deram entrada, no Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, dois pedidos do mesmo tipo, no ano passado. Ambas as situações foram autorizadas, porque estavam esgotadas outras possibilidades de tratamento para os filhos doentes.