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Hepatite C. Medicamentos inovadores estão a curar mais pessoas

28 abr, 2015

Existem 13 mil doentes registados no Serviço Nacional de Saúde. Comparticipação total dos medicamentos inovadores está a permitir reduzir as listas de espera.

Tratar o maior número de doentes no menor tempo possível passou a ser regra quando se fala de hepatite C. O Governo autorizou a comparticipação total dos medicamentos inovadores da farmacêutica Gilead e a lista de doentes inscritos começou a aumentar.

“Todas as semanas nos aparecem pessoas que não estão no sistema, que tinham desistido porque não havia nada a fazer; outros que vão fazer análises e que descobrem. O sistema vai sendo alimentado por novas entradas”, revela à Renascença o hepatologista Rui Tato Marinho, do Hospital de Santa Maria.

O centro hospitalar de Lisboa de que Santa Maria faz parte é o que mais doentes trata no país, tendo sido necessário abrir uma nova consulta para responder aos pedidos.

E os novos medicamentos fazem toda a diferença: “Por exemplo, no outro dia consegui começar tratamento em 15 pessoas. Antigamente, era impossível. Dava para uma ou duas”, sublinha o especialista.

Rui Tato Marinho chegou a ter 300 doentes em lista de espera. Agora, depois de pouco mais de dois meses, tem menos um terço.

O esforço traduz-se em doentes completamente curados. “Ao fim de um mês, 90% estão negativos ou quase”, afirma.

No Serviço Nacional de Saúde há registo de 13 mil doentes com hepatite C, um número muito aquém do real, que poderá ser 10 vezes superior.