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Hospital de Guimarães à beira da ruptura

27 jan, 2015

Funcionário descreve à Renascença um quadro de macas acumuladas nos corredores, longo tempo de espera para doentes e falta de material.

Há doentes em macas nos corredores, falta de medicamentos, material e de pessoal nas urgências do Centro Hospitalar do Alto Ave. O cenário é descrito à Renascença por um funcionário daquela unidade de saúde de Guimarães.

“Temos muitas vezes falta de equipamento. No final do ano, e até meados deste mês, tivemos franca falta de material como válvulas anti-fluxo para colocar nos cateteres, adaptadores para as colheitas de sangue, seringas, agulhas… Existia falta desse material. Nós tínhamos que improvisar para poder fazer as coisas”, conta João (nome fictício).

E se parte do equipamento começa a ser reposto, o mesmo não acontece com as equipas, que, apesar do aumento de doentes dos últimos anos, não foram reforçadas, afirma João.

“Dizem-nos que nós chegamos para aquilo que é suposto fazer”, refere João, segundo o qual seria necessário o dobro dos elementos para evitar os tempos de espera que desesperam quem tem que recorrer às urgências do Centro Hospitalar do Alto Ave.

O tempo de espera e as macas nos corredores são justificados pela administração do hospital com o excesso de procura relacionado com o pico de gripe, mas que João garante ser uma situação normal durante todo o ano.

Contactada pela Renascença, a administração do Centro Hospitalar do Alto do Ave esclarece, em comunicado, que em resposta ao excesso de procura o trabalho no serviço de urgência foi reorganizado com o reforço de um médico por turno e foi criada uma nova área para o atendimento de doentes não-urgentes.

Segundo o hospital, os doentes não-urgentes representam 40% dos utentes que ocorrem àquele serviço.

Ouça a reportagem da jornalista Isabel Pacheco.